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Pesquisa do Inpa aponta cheia menor este ano

  • Publicado: Domingo, 28 de Março de 2010, 20h00
  • Última atualização em Quinta, 14 de Maio de 2015, 09h14

 

Ascom Inpa

O método permite prever cheias com até 100 dias de antecedência

Por Daniel Jordano e Tharcila Martins

Ao contrário do que ocorreu no ano passado, quando a região da Amazônia Central teve a maior cheia da história, a cheia desse ano deve ser menor. A constatação foi feita após estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa/MCT) em parceria com o Instituto Max Planck de Química (departamento Biogeoquímica). O processo se dá através da medição das águas no porto de Manaus e também de regiões do Pacífico Equatorial que exerce influência no regime de chuvas na Amazônia. O pesquisador do Inpa, Jochen Schöngart, explica como se deu o processo. Segundo ele, o método permite prever com até 100 dias de antecedência a cheia na região de Manaus. A cheia prevista para este ano é de 27,37 m, com um erro de 27,11 a 27,63 m. “As chuvas nas cabeceiras dos afluentes do rio Amazonas integram anomalias que são associadas com anomalias de temperaturas superficiais dos oceanos tropicais, especificamente o Pacífico equatorial, de onde é oriundo o fenômeno de El Niño e La Niña, mas também do Atlântico tropical norte. O fenômeno El Niño causa, significativamente, menos chuva em muitas cabeceiras na bacia Amazônica. Em relação com a cheia de 2009, a cheia este ano seria cerca 2,40 metros abaixo”, destacou.

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A cheia na região é o resultado da sazonalidade de chuvas nas cabeceiras dos rios Negro e Solimões, que corresponde uma área de quase 3 milhões de quilômetros quadrados. De acordo com o pesquisador, devido a sazonalidade de chuvas, existe o ciclo anual com uma cheia e uma seca, e estes fenômenos são mais ou menos previsíveis em termo de aparência temporal. “Como as águas demoram dois a três meses das cabeceiras até Amazônia Central (Manaus), o pico da cheia ocorre geralmente na segunda quinzena de junho e a seca (nível mínimo d'água) ocorre no início da época chuvosa (final de outubro e início de novembro)”, explica Schöngart. Porém, a amplitude de cheias e secas pode variar consideravelmente entre os anos. Tais variações podem ser parcialmente explicadas por fenômenos climáticos de grandes escalas, como El Niño ou La Nina, que contribuíram para a grande cheia do ano passado. As diferenças entre a previsão e valor observado variaram nos últimos cinco anos somente 38 centímetros; no ano passado o modelo previu a cheia severa com somente 9 cm diferença. Como a região central do fenômeno El Niño continuou em fevereiro de 2010 com 1.2 °C acima das condições normais, segundo o Climate Prediction Center do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dos Estados Unidos, a cheia prevista para este ano é cerca de 40cm menor em relação com a média de cheias do período 1903-2009.Efeito em outras regiões
De acordo com Schöngart, o fenômeno El Niño exerce influência em outras regiões do país. “A cheia prevista para este ano na Amazônia é relativamente baixa devido ao fenômeno de El Niño que continua permanecendo no Pacífico Equatorial desde julho do ano passado. Enquanto grandes áreas na Amazônia e no Nordeste sofrem condições mais secas durante o El Niño, o Sudeste geralmente é afetado por muita chuva”, disse.

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