Palestras abordam ecologia social
Ascom Inpa
Na palestra desta quinta-feira (25) deve ser apresentada a técnica que ajuda a identificar áreas onde há mais diversidade de seres vivos. Na sexta (26), estará em pauta o desenvolvimento sustentável real
Por Daniel Jordano
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) realiza nesta quinta-feira (25) a palestra “Panbiogeografia: Desenvolvimento de uma síntese Terra/vida” O evento, que faz parte do projeto Biotupé, acontece no auditório do curso de Diversidade Biológica no mini-campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a partir das 14 horas.
O objetivo é apresentar ao público a técnica que possibilita analisar e comparar a distribuição geográfica de todos os seres vivos de uma determinada região (animais, plantas dentre outros) de forma integrada, conhecida como PANBIOGEOGRAFIA. Segundo o pesquisador Mauro José Cavalcanti, que integra o projeto Biotupé, a técnica permite saber como se dá a distribuição de seres vivos e como eventos geológicos e climáticos, por exemplo, interferiram nessa distribuição.
Ainda de acordo com o pesquisador, a técnica ajuda inclusive na delimitação de reservas biológicas. “O método permite identificar regiões, no espaço geográfico, onde ocorreriam, a princípio, maior diversidade de organismos; e estando essas regiões associadas aos eventos geológicos e climáticos, isso possibilita que sejam tomadas as decisões de serem criadas as reservas biológicas. Já do ponto de vista científico, a técnica ajuda a entender a evolução dessa distribuição”, explicou.
Ecologia Social
Em pauta estará o debate sobre desenvolvimento sustentável e como os estudos da ecologia abrangem as questões sociais. “A ecologia social surge como movimento político e social ligado ao movimento anarquista do século XIX. A Ecologia social consiste em um movimento político e, hoje, também acadêmico que se propõe a discutir e aplicar os conhecimentos da ecologia na elucidação das questões sociais”, destacou Cavalcanti.
Desenvolvimento real
Para o pesquisador, a ecologia social tem como característica uma proposta libertária, já que propõe a autonomia dos indivíduos e grupos sociais em relação ao sistema econômico praticado atualmente. “Esse sistema de hoje (capitalismo) é o responsável pela destruição do meio ambiente. A proposta da ecologia social é que as populações se libertem deste tipo de estrutura exploradora e dominadora e adotem UMA postura de convivência com o meio ambiente”, enfatizou.
O pesquisador destaca ainda que a ideia da ecologia social se assemelha ao chamado desenvolvimento sustentável, porém não no sentido de geração de renda para atender simplesmente ao mercado, mas sim no que se refere a sobrevivência das comunidades de forma independente, respeitando a natureza.
“A ecologia social tem relação com o desenvolvimento sustentável em um sentido amplo. No Amazonas, eu arriscaria afirmar que por uma série de questões históricas há uma melhor noção do que seja o verdadeiro desenvolvimento sustentável do que nos estados do Sudeste, por exemplo, e isso pode ser notado nas ações do Biotupé. A tradição, que tem origem indígena, ajudou a criar as sementes para um desenvolvimento sustentável real”, declarou o pesquisador.
Redes Sociais