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Estudo aponta diminuição de diversidade genética das Harpias

  • Publicado: Domingo, 24 de Janeiro de 2010, 20h00
  • Última atualização em Quarta, 13 de Maio de 2015, 10h18

 

Ascom Inpa

A conclusão é parte da tese de doutorado do biólogo Aureo Banhos, aluno egresso do Programa de Pós-graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva do Inpa.

Por Tabajara Moreno

O Gavião-Real (Harpia harpyja), maior ave de rapina das Américas, também é uma das espécies brasileiras que tem sofrido com o desmatamento. A ameaça a ave é sentida pela diminuição da sua diversidade genética, o que implica na perda da capacidade de adaptação a possíveis mudanças ocorridas no meio ambiente.

Diversidade genética é um termo usado para medir a variação de segmentos de DNA das populações de espécies. No caso das harpias, a diminuição dessa diversidade somada à degradação ambiental da floresta amazônica e da Mata Atlântica, locais onde elas ainda são encontradas, pode aumentar os riscos de extinção.

“A variabilidade genética é muito importante para as espécies, quanto maior a variabilidade, maior a taxa de reprodução e sobrevivência das espécies, além de serem maiores suas chances de adaptação as mudanças ambientais. ”, afirma o biólogo Aureo Banhos.O pesquisador é responsável pela tese “Genética, Distribuição e Conservação do Gavião-Real”, desenvolvida durante o curso de doutorado do Programa de Pós-graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT).

Banhos analisou amostras de DNA de exemplares históricos e atuais da ave no Brasil, comparando a diversidade genética da espécie entre o passado e o presente da Mata Atlântica e entre a regiões preservada e desmatada da Amazônia.

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Os números obtidos por meio das análises de amostras de exemplares da Mata Atlântica indicam que no período de 1963 a 2008, o gavião-real dessa região florestal teve uma redução de aproximadamente 22% na sua diversidade genética comparado com o período de 1911 a 1953.Quando os números se referem a região do arco do desmatamento em comparação com as regiões mais preservadas da Amazônia, a diversidade genética das harpias é de aproximadamente 20% menor na região desmatada.

A tese de Banhos também comparou e avaliou a distribuição da variabilidade genética das harpias entre a Amazônia e a Mata Atlântica, constatando que, apesar de não possuírem diferença genética significativa entre as populações desses dois biomas, elas possuem uma pequena distinção genética relacionado a herança materna, isso sugere queos machos migram mais que as fêmeas.

“As aves fêmeas de outras espécies, em geral, dispersam mais que os machos. Aparentemente, nas harpias ocorre o contrário. Temos que observar o comportamento dessa ave em campo para confirmar se os machos realmente se dispersam mais. Essa descoberta pode auxiliar na elaboração de estratégias de conservação do gavião-real”, disse.

Risco de extinção

Apesar de o gavião-real ter sido retirado em 2003 da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, dados obtidos na tese de Banhos demonstram que a perda de grande parte da cobertura florestal brasileira nos últimos 50 anos foi responsável pela redução de cerca de 30% da distribuição do gavião-real no país.

Para auxiliar no trabalho de proteção e conservação do gavião-real, o Inpa realiza desde 1997, o programa de conservação da ave. O Programa, financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Fundação Boticário de Proteção à Natureza, Vale, Estação Veracel e Parque Nacional do Pau Brasil, faz o monitoramente via-satélite de ninhos, resgate e reabilitação de espécies.

Confira a entrevista completa com o pesquisador.

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