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Pesquisadores se preparam para a soltura dos filhotes de quelônios em Oriximiná

  • Publicado: Quinta, 01 de Dezembro de 2011, 20h00
  • Última atualização em Quarta, 13 de Maio de 2015, 09h31

 

Desde setembro pesquisadores vêm acompanhando o período de desova de tracajás, iaçás e tartarugas-da-amazônia nas praias da Reserva Biológica no Rio Trombetas, no município de Oriximiná (PA)

Por Liliane Costa

Acervo Projeto Tartarugas da Amazônia
A desova de tartarugas-da-amazônia, tracajás e iaçás está sendo acompanhada por cientistas desde setembro

Vários ninhos de tartarugas-da-amazônia, tracajás e iaçás estão sendo acompanhados desde o início da postura dos ovos (setembro) até a eclosão e em novembro, com o fim do período da seca, quando ocorrem os primeiros nascimentos de filhotes, pesquisadores do projeto “Tartarugas da Amazônia: Conservando para o Futuro”, coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), finalizam o trabalho de pesquisa com a captura dos filhotes para mensuração e pesagem, verificação de deformidades e coleta de amostras sanguíneas.

Monitoramento dos ninhos

A pesquisadora Virgínia Bernardes é a responsável pela marcação, gravação e medição dos ninhos dos tabuleiros onde ocorre a desova de três espécies, mas principalmente de tartaruga-da-amazônia. “Nós esperamos que as fêmeas desovassem, para assim então, poder capturá-las. Elas foram pesadas, medidas e marcadas com sinais no casco, o que facilitará a identificação do quelônio em uma recaptura do indivíduo”, explica.

Os pesquisadores também coletaram amostras de sangue e tecido das fêmeas e na atual fase do trabalho, quando as crias estão nascendo, serão coletadas amostras de sangue também dos filhotes de ninhos marcados de cada fêmea, para que esse material biológico seja utilizado em testes de paternidade múltipla, quando vários machos fecundam uma única fêmea.

Integrando manejo, educação ambiental e pesquisa científica

O barco Enigma vai sair de Manaus na próxima quarta-feira (07) com toda equipe do Projeto para a realização de dois eventos de soltura de filhotes de quelônios no rio Trombetas. O primeiro evento está marcado para acontecer dia 13, com crianças e comunitários remanescentes de quilombolas na margem da Reserva Biológica do Rio Trombetas e da Floresta Nacional Saracá-Taquera, onde haverá a soltura de 1000 filhotes da espécie Podocnemis expansa, a tartaruga-da-amazônia, nos tabuleiros.

O segundo evento acontecerá dia 14 de dezembro, quando haverá uma festa de soltura de filhotes das espécies P. unifilis (tracajá) e P. sextuberculata (iaçá), dentro do lago Erepecu no lado da Reserva Biológica do Rio Trombetas, no Pará, com a previsão de participação de mais de 300 comunitários para esta soltura.

A educadora ambiental Fernanda Rodrigues está na reserva organizando os dois eventos juntamente com as escolas das comunidades das duas Unidades de Conservação. Os quelônios que serão soltos nesses dois dias, irão representar de forma simbólica os mais de 60 mil quelônios que eclodiram nas últimas semanas.

O manejo do lago Erepecu já acontece há alguns anos e é realizado pelos comunitários com o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Projeto Tartarugas da Amazônia: Conservando para o Futuro

Na região Amazônica, as tartarugas, tracajás e iaçás são espécies tradicionalmente utilizadas pelas populações locais como fonte de alimento. Embora não estejam classificados como ameaçados de extinção pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), essas espécies constam na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. A tartaruga-da-amazônia, por exemplo, é classificada como dependente de programas de conservação, já o tracajá e a iaçá como vulneráveis à extinção.

As espécies são pesquisadas pelo projeto Tartarugas da Amazônia, desenvolvido pela Associação de Ictiólogos e Herpetólogos da Amazônia e com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental. Além dos quelônios citados, o projeto também desenvolve estudos que visam à conservação dos cabeçudos e irapucas que também habitam a reserva.

Foto da chamada: Acervo Projeto Tartarugas da Amazônia

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