Projeto realizado na zona rural de Manaus é finalista em prêmio nacional

As atividades foram desenvolvidas com agricultores do Assentamento Tarumã-Mirim e visam a diminuição de riscos para o produtor

Por Eduardo Gomes

O projeto “Tarumã vida: De carvoeiros a empreendedores de tecnologias sociais”, desenvolvido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Embrapa Amazônia Ocidental e do Instituto Piaguaçu, realizado com agricultores do Assentamento Tarumã-Mirim, zona rural de Manaus, e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), está entre os finalistas da edição 2011 do prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. O estudo é um dos 27 finalistas, de onde se escolherá nove projetos vencedores, um por categoria.

O evento acontece amanhã (22), em Brasília (DF), com o intuito de reconhecer as iniciativas que mais contribuíram para a transformação social das comunidades. Entre 1116 inscrições, 264 tecnologias foram certificadas com a possibilidade de cada iniciativa vencedora receber uma premiação no valor de R$ 80 mil, além de folders e um vídeo institucional para que possam divulgar seus trabalhos.

As inscrições começaram em abril e projetos de instituições sem fins lucrativos de todo o país participaram do prêmio, que está em sua sexta edição. As categorias do Prêmio são: Região Sudeste, Norte, Nordeste, Sul, Centro-Oeste, Direitos da Criança e do Adolescente e Protagonismo Juvenil, Gestão de Recursos Hídricos, Participação de Mulheres na Gestão de Tecnologias Sociais e uma categoria inédita: Tecnologia Social na Construção de Políticas Públicas para a Erradicação da Pobreza.

Sobre o projeto

As informações foram organizadas pelos pesquisadores Sandra Tapia-Coral, Joanne Régis da Costa, Jomber Chota-Inuma, José Wellington Morais, Elisa Wandelli e Flávio Luizão. Os trabalhos foram iniciados em 2005 com os estudos sobre os sistemas agroflorestais, expondo a possibilidade de produzir alimentos e fibras, mesmo sobre solos pobres. Os plantios colaboram com a diminuição de riscos para o produtor e permitem a geração de conhecimento científico sobre espécies nativas de relevância econômica, social e também ambiental.

Uma das principais atividades de renda para agricultores de comunidades próximas a Manaus é a produção de carvão proveniente da queima da floresta e capoeira, além da exploração de madeiras nobres, também vista como atividade comum no assentamento. Com a ajuda do projeto e melhor organização da comunidade de agricultores, este cenário começou a melhorar. A produção agrícola, principalmente de hortas, já representa 46% da renda das famílias do assentamento. Entre as hortaliças mais cultivadas estão: cebolinha, salsinha, feijão de metro, e maxixe.

O prêmio

O prêmio de Tecnologia Social compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representam soluções práticas de transformação social. As Tecnologias Sociais certificadas pela Fundação Banco do Brasil integram o Banco de Tecnologias Sociais (BTS), base de dados on-line disponível no endereço http://www.fbb.org.br/tecnologiasocial/, contendo informações sobre as tecnologias e instituições que as desenvolveram. O BTS é o principal instrumento utilizado pela Fundação BB para disseminar, promover e fomentar a reaplicação de Tecnologias Sociais.

Criado em 2001, o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social conta com o patrocínio da Petrobras e com o apoio institucional da Unesco, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e da KPMG Auditores Independentes. Realizada a cada dois anos, a premiação certifica tecnologias sociais selecionadas segundo critérios de reaplicabilidade, efetividade da transformação social e interação com a comunidade.

Todo o evento será transmitido ao vivo em: http://www.fbb.org.br/reporter-social/noticias/transmissao-ao-vivo-do-premio-fundacao-banco-do-brasil-de-tecnologia-social.htm,  por meio de webcast direto do site da Fundação BB.