Caça predatória faz mais uma vítima
Filhote de peixe-boi estava sendo mantido em cativeiro no interior do Amazonas. Ele foi encaminhado ao Inpa, onde recebe cuidados especiais. Esse é o terceiro animal da mesma localidade, que chega ao Instituto em menos de uma semana
Fernanda Farias e Séfora Antela
Vítima da caça ilegal, o filhote foi resgatado na manhã desta quarta-feira (20) por policiais da Patrulha Ambiental e levado ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT). O animal já recebeu a fórmula láctea, desenvolvida pela Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA/Inpa), e agora ficará em quarentena, recebendo cuidados da Equipe Amiga do Peixe-boi.
Com esse já somam 10 filhotes resgatados este ano. “Os últimos filhotes que chegaram apresentaram sinais de maus-tratos. Isso significa dizer que as pessoas estão tentando manter esses animais em cativeiro. É importamte dizer que essa prática é ilegal, que está sujeita à multa e à prisão. Pelo histórico do resgate, provavelmente esses animais tiveram suas mães caçadas e se continuarmos nesse ritmo, logo o peixe-boi pode se tornar extinto”, alerta Anselmo d’Affonseca, veterinário do Inpa.
O filhote é uma fêmea de aproximadamente um mês de vida. Estava sendo mantido em cativeiro há uma semana na Comunidade São Sebastião, zona rural do município de Manacapuru, distante da capital amazonense 68 km.
Esse é o terceiro peixe-boi órfão encontrado, em menos de uma semana no municipio de Manacapuru. “É imprescindível conscientizar a população que é ilegal a caça do peixe-boi, pois é uma espécie que está ameaçada de extinção. É preciso também, que haja uma fiscalização efetiva nesses locais de maior incidência de caça ilegal”, ressalta d`Affonseca.
Prevenção
No intuito de prevenir ações semelhantes na estação de seca, no mês de agosto a Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) em pareceria com o Laboratório dos Mamíferos Aquáticos (LMA/Inpa), realizará uma oficina, na qual secretarias de estado, órgãos de fiscalização e comunidades irão discutir estratégicas para minimizar os impactos sobre os peixes-bois e botos, durante o período da seca amazônica.
Ajude a salvar uma vida
Os números para que a população possa entrar em contato em casos semelhantes são: o Batalhão de Policiamento Ambiental 3214-8904 e 190; o do Ibama 3613-3094 e da Ampa 3236-2739.
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