Inpa recebe filhote de peixe-boi morto
O animal, recém-nascido, foi encontrado enrolado em uma malhadeira próximo ao Porto Terra Preta em Manacapuru, Amazonas.
Por Séfora Antela
Ascom/Ampa
Policiais da Patrulha Ambiental do Amazonas entregaram, na tarde desta sexta-feira (15) um filhote morto de peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT). O animal foi encontrado próximo ao Porto Terra Preta, no município de Manacapuru, durante a operação “Quati II”, que foi desencadeada para combater o tráfico de drogas durante o Festival de Ciranda.
Segundo o soldado da Patrulha Ambiental, Roneld Bardele, uma equipe da polícia recebeu a denúncia de um pescador. “Nossa equipe estava realizando essa fiscalização na região e fomos avisados da existência desse filhote. Fomos ao local e retiramos o peixe-boi da água. Ele já estava morto enrolado na malhadeira. Não encontramos ninguém no local”, explica.
No Inpa, o animal será submetido a uma necropsia para investigar os motivos da morte. “Só pelos ferimentos do filhote é possível notar que ele não estava enrolado em rede. Muito provavelmente, ele foi amarrado com uma corda pela nadadeira, porque ele só tem marcas nesse local. Faremos a necropsia para descobrir a causa do óbito”, esclarece o veterinário do Inpa, Anselmo d’Affonseca.
Prevenção
A Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa) e o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Inpa iniciarão atividades de Educação Ambiental em Manacapuru, local escolhido para reintrodução de peixe-boi, em setembro deste ano. Essa atividade faz parte do “Programa de Reintrodução de Peixes-bois da Amazônia Criados em Cativeiro”, inserido no “Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia: Conservação e Pesquisa”, patrocinado pela Petrobras.
Os pesquisadores do Inpa e Ampa irão manter três exemplares do animal, aptos para “voltar pra casa”, em um ambiente de semi-cativeiro, no Lago Belarmino em Manacapuru, margem esquerda do Rio Solimões, distante 70 km da capital amazonense.
Durante o período em que os animais ficarão nesse lago, serão realizadas atividades de conscientização ambiental, para tentar reduzir o número de caça de peixe-boi nessa área. A idéia, segundo pesquisadores, é fazer desse local uma “Comunidade amiga do Peixe-boi”.
“Nossa sociedade tem a obrigação de preservar o peixe-boi da Amazônia e garantir o futuro dessa maravilhosa espécie para que as próximas gerações desfrutem de um meio ambiente saudável e equilibrado, respeitando todas as formas de vida", reflete o biólogo Diogo Souza, pesquisador da Ampa.
A Ampa realiza atividades de Educação Ambiental no estado do Amazonas desde 2001, abordando o tema “preservação e conservação dos Mamíferos Aquáticos da Amazônia” junto às comunidades ribeirinhas e professores da rede pública e particular de ensino.
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