Piatam encerra atividades e apresenta resultados
A quarta etapa do projeto finaliza com o seminário para a apresentação de resultados e encerra na tarde de hoje (10) no Studio 5 Centro de Convenções
Wallace Abreu
Criado no ano de 2000, o Piatam - Inteligência sócio ambiental estratégica da indústria do Petróleo da Amazônia - é um grande projeto de pesquisa socioambiental criado para monitorar as atividades de produção e transporte de petróleo e gás natural oriundos de Urucu (Coari), no interior do Amazonas, a maior província petrolífera terrestre brasileira, localizada em plena floresta amazônica.
Em sua quarta etapa, o projeto realizou atividades em nove diferentes comunidades no caminho que vai de Manaus até o município de Coari. Na manhã desta quinta-feira (9) o líder da comunidade Nossa Senhora das Graças falou sobre os efeitos que o Piatam deixou em sua comunidade.
“Pelo menos 10% das pessoas da comunidade não eram alfabetizadas, não possuíam documentos, não tinham uma visão política correta, e após a passagem do projeto e as orientações que recebemos a nossa realidade se transformou. Hoje estamos estruturando uma associação de trabalhadores, sem contar nos tantos outros projetos já implantados em nossa comunidade”, destaca Sebastião de Lima Mendonça.
Pesquisa e resultado
O Piatam recebe recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e é coordenado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi) e Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia da UFRJ (COPPE).
Dentro do Inpa, um dos principais laboratórios de pesquisas envolvido no Piatam é o Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular (LEEM). “As nossas pesquisas envolveram seis espécies de peixes presentes na bacia amazônica, conhecidos popularmente como Matrinxã, Tambaqui, Piranha, Tucunaré, Acaraçu e Bodó. Realizamos pesquisas referentes à genética de populações, e embora muitos pesquisadores apontem a diminuição do tambaqui na região, ainda há a presença de fluxo gênico da espécie. Só temos que tomar cuidado com a sobre-pesca da espécie”, comenta a pesquisadora Fabíola Xochilt Domingos.
A pesquisadora destaca ainda os trabalhos realizados sobre a análise da presença de metais nas águas amazônicas. “Realizamos estudos com o cobre, chumbo, cádmio, vanádio e níquel. As maiores concentrações nos lagos, os períodos mais críticos, são nos períodos de seca e vazante”, conclui Domingos.
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