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Inovações no manejo florestal para área de várzea no Estado

  • Publicado: Segunda, 25 de Abril de 2011, 20h00
  • Última atualização em Sexta, 08 de Maio de 2015, 11h31

 

Ascom Inpa

Por meio de análises no crescimento de espécies arbóreas da várzea, estudo prevê mudanças no ciclo de corte

Por Eduardo Gomes

Estudos realizados por meio da cooperação bilateral entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e o Instituto Max Planck de Química da Alemanha, coordenado no Inpa pela pesquisadora Maria Teresa Piedade, resultaram na implementação de uma Instrução Normativa (IN) pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS).

A IN nº 009 estabelecida pela SDS em 12 de novembro de 2010 define novas formas de manejo em florestas de várzea (alagáveis por água branca, rica em nutrientes). A exploração de madeiras na várzea, geralmente é realizada em manejos de pequena escala ou manejos comunitários, onde é adotado um único ciclo de corte de 25 anos e um diâmetro mínimo de corte de 50 cm para várias espécies madeireiras, independente de suas taxas de incremento em diâmetro e volume, estrutura populacional e a regeneração das espécies utilizadas neste tipo de manejo.

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Para o pesquisador do Instituto Max Planck, Jochen Schöngart os estudos explicitam a colaboração das pesquisas que podem auxiliar as políticas públicas em benefício da sociedade. “O estudo é um belo exemplo da transformação de pesquisas básicas para pesquisas aplicadas que foram visualizadas pelas políticas públicas para transformar os resultados obtidos em legislação, desta maneira trazendo benefícios diretos e indiretos para a sociedade brasileira”, disse.

Para Piedade, a iniciativa que une políticas públicas, aliadas à pesquisa científica é de grande relevância. “Essa importante iniciativa de modernidade em gestão pública deve ser louvada. Somente parcerias inteligentes, aglutinadas ao redor dos interesses da região, sua preservação e manutenção de seus ambientes únicos poderão assegurar a integridade e múltiplas funções de um de seus mais importantes patrimônios: suas áreas úmidas”, enfatizou.

Jochen explicou que juntamente com os pesquisadores Maria Teresa Piedade e Florian Wittmann partiram de pesquisas básicas para pesquisas aplicadas, modelando o crescimento da madeira de diferentes espécies arbóreas comerciais para definir especificamente ciclos de corte e diâmetros mínimos de corte, baseado em análises dos anéis de crescimento (dendrocronologia).

“Mostramos por meio destas análises que tais critérios de manejo variam entre 3 e 32 anos para o ciclo de corte. Já os diâmetros mínimos de corte podem variar entre 47 e 125 cm, e que existe a necessidade de diferenciar os manejos florestais considerando aspectos da estrutura populacional e regeneração da espécie”, explica.

O pesquisador ressaltou ainda que o estudo na formulação do conceito GOL (Growth-Oriented Logging) publicado na revista Forest Ecology and Management, que prevê para os manejos florestais, critérios de manejo diferenciado entre espécies da várzea. Atualmente pesquisadores estão expandindo o conceito GOL para outras tipologias alagáveis capacitando jovens pesquisadores pelos Programas de Pós-Graduação do Inpa em Ecologia, Botânica, e Clima & Ambiente no âmbito do Projeto Núcleo de Excelência (Pronex) coordenado pela pesquisadora Maria Teresa Piedade.

Este é um dos assuntos que serão discutidos no III Workshop do Programa de Pronex “Tipologias alagáveis”, com o tema “Caracterização, classificação e avaliação do potencial de uso como base para uma política de manejo sustentável das áreas úmidas do Estado do Amazonas” que acontece de 26 a 28 de abril nas instalações do Inpa. A abertura do evento acontece hoje (26), a partir das 17h no auditório da Ciência, na quarta-feira (27) será no auditório da Biblioteca do Instituto.

Sobre o Pronex

O programa consiste em apoiar com recursos financeiros, grupos de alta competência que tenham liderança e papel nucleador no setor de atuação em ciência e tecnologia do Amazonas. O Pronex “Tipologias Alagáveis” conta com o apoio financeiro da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “É importante estabelecer normas para essas atividades, para evitar o fim das espécies”, apontou Piedade.

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