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Jornalismo e ciência buscam sincronia

  • Publicado: Terça, 29 de Março de 2011, 20h00
  • Última atualização em Sexta, 08 de Maio de 2015, 10h36

 

Ascom Inpa

A contradição entre o tempo da ciência e o tempo da notícia foi posto à prova por comunicadores e cientistas

Por Clarissa Bacellar

O primeiro Encontro ConsCIÊNCIA, promovido pela Divisão de Comunicação Social (DCSO) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), aconteceu na noite dessa terça-feira (29) no espaço Thiago de Mello da Livraria Saraiva Megastore, no Manauara Shopping.

Os convidados a compor a mesa de debates foram o diretor do Inpa, Adalberto Val, e os pesquisadores Wanderli Tadei e Joselita Santos, que realizam pesquisas sobre dengue no Instituto, tema do evento. E também dos jornalistas Vandré Fonseca, da TV Amazonas, e Josiane Santos, do Inpa.

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Para o diretor do Instituto, este evento representa o inicio da construção de “um mosaico de caminhos”. “E aí nasce um ponto fundamental que eu acredito que a gente, de certa forma, nas relações de uma maneira geral, tem negligenciado: é entender que este processo de comunicação é um processo de mão dupla, ele não serve só para levar a informação dos laboratórios e dos cientistas para a sociedade, é um processo que tem que trazer os anseios da sociedade para dentro dos laboratórios também”, frisa.

Desta forma, foi debatida a relação entre jornalistas, cientistas e assessores, o papel que cada um exerce na divulgação da informação e de que forma esse processo pode ser realizado com eficiência para que a população seja beneficiada.

Para o jornalista convidado, Vandré Fonseca, a realização desse evento é uma oportunidade interessante de realizar “conversas” entre estes profissionais com o intuito de aproximá-los. “Dessa forma, essa compreensão, esse diálogo, pode evitar problemas, evitar erros, que resultam no final em uma matéria mal feita, uma comunicação mal feita”, expôs.

Durante o evento, foram apresentados vídeos que reproduziam situações que acontecem com frequência no dia a dia de trabalho entre cientistas, jornalistas e assessores. “Eu penso que a divulgação da ciência não deve se dar por um único meio. A forma escrita é extremamente importante, portanto a produção de matérias para as revistas, jornais, sites é de forma vital. Mas é muito importante, também, que a gente diversifique isso. Acredito que o teatro, o cinema, a novela devem se juntar à forma escrita para divulgar ciência.(...) Eu diria que eventos desse tipo vão além da frieza do papel, além da frieza do site, e proporcionam um momento em que o cientista e o comunicador nas suas diferentes vertentes podem se encontrar e podem se questionar”, comentou Val.

A realização desse diálogo, instigado pelas dificuldades que cada profissão apresenta, alimentou a curiosidade e participação dos que estavam presentes. “Temos que pensar em alternativas para fazer a socialização da informação, encontros como esse, mas também encontros mais amplos com a sociedade. (...) O que espera a sociedade lá fora, das pesquisas que são feitas aqui dentro?”, questiona Val.

No encerramento do evento, Val deu um conselho simples, mas por muitos esquecidos: “Precisamos lembrar que a ciência não precisa ser comunicada com palavras complicadas. Procure sempre utilizar as palavras mais simples para poder se comunicar melhor. Pior do que não comunicar, que não socializar a informação, é socializar de forma equivocada ou mal”.

O dengue, a dengue

Dengue foi o tema escolhido para o primeiro encontro porque o número de casos na região aumentou consideravelmente e também por ter tido grande repercussão na mídia.

Para evitar a proliferação do Aedes Aegypti, Tadei está realizando um estudo e explica que a proliferação do mosquito nas construções de edifícios é alta por causa dos testes de infiltração que são realizados, uma vez que a área deve ficar alagada por sete dias. “Os primeiros moradores desses prédios são esses mosquitos”, comentou. É preciso sempre lembrar a população que medidas simples, como tampar caixas d’água, manter o quintal limpo, verificar se as calhas e vasos de plantas não estão acumulando água, ajudam no combate a doença.

A pesquisadora Santos afirma que iniciativas como esta, que buscam mesclar a ciência e a comunicação, podem ajudar na divulgação científica. “É muito bom participar do primeiro encontro ConsCiência para tratar de um tema de extrema importância, um problema de saúde pública e esperamos que este seja o primeiro de inúmeros encontros (...) como uma forma de popularizar a ciência”, comenta.

Próximo encontro

A segunda edição do ConsCIÊNCIA será realizada no dia 16 de abril, na reserva experimental do Inpa, localizado no km 34 da ZF2, onde o Instituto possui uma torre de 53 metros. O tema a ser debatido será “Mudanças climáticas”, com a participação do coordenador de pesquisas do Inpa, Antonio Manzi. O jornalista convidado será Yano Sérgio, correspondente da Rede Bandeirantes no Amazonas.

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