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“Método CC” no combate à dengue

  • Publicado: Quinta, 17 de Março de 2011, 20h00
  • Última atualização em Sexta, 08 de Maio de 2015, 10h23

 

Ascom Inpa

Eduardo Gomes
Wanderli Tadei fez demonstração, durante o evento, do uso das substâncias para prevenção

Uma combinação de cloro e cal (CC), simples e de baixo custo, ajuda a combater os focos do mosquito em Manaus

Por Clarissa Bacellar

O Brasil, 50 anos atrás, conseguiu eliminar o mosquito da dengue, o Aedes aegypti. Entretanto, as novas gerações do mosquito são resistentes a muitos inseticidas.

O estado do Amazonas, quando se fala da proliferação do mosquito da dengue no país, é um dos mais alarmantes porque a situação piora no período chuvoso e os inseticidas são produzidos seguindo a mesma fórmula utilizada desde 1998, quando foi registrada a primeira epidemia em Manaus.

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“A cada aplicação que nós fazemos do inseticida, nós matamos uma quantidade enorme de larvas, não deixamos nascer, mas são as susceptíveis (que morrem) e no meio delas sobram as mais resistentes. Quanto mais nós vamos aplicando, mais resistência vai se estabelecendo”, explica o pesquisador e responsável pelo Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Wanderli Tadei

O cenário urbano manauara apresenta condições cômodas para o mosquito se desenvolver, uma vez que é crescente o número de pontos estratégicos que auxiliam em sua reprodução, como nos quintais das casas, terrenos baldios, campos de ferro-velho, pneus inutilizados etc. Mas é no canteiro de obras que o inseto encontra um ambiente propício para se reproduzir.

Para evitar a proliferação do Aedes Aegypti, Tadei está realizando um estudo e explica que a proliferação do mosquito nas construções de edifícios é alta por causa do teste de infiltração que são realizados, uma vez que a área deve ficar alagada por sete dias.

“Os primeiros moradores desses prédios, inclusive da cobertura, são eles (mosquitos)”, afirmou Tadei, de forma descontraída, na tarde de ontem (17), durante a apresentação que realizou na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM).

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon/AM), Eduardo Lopes, a construção civil no estado, hoje, tem 50 mil empregos formais e é preciso prevenir os trabalhadores. “A gente fez uma convocação dos engenheiros do corpo administrativo das obras para eles passarem para quem trabalha no canteiro de obras informações para que eles possam contribuir para evitar a epidemia. Todo mundo precisa fazer alguma coisa, e nós estamos tentando fazer a nossa parte para ajudar para que essa epidemia acabe o mais breve possível”, disse.

O “Método CC”

“Atualmente o dr. Tadei vem desenvolvendo um experimento que nós estamos denominando de método CC, o método cal e cloro, que tem dado muito certo”, explicou o diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Bernardino Albuquerque. A palestra foi seguida de uma demonstração do uso dessas substâncias, feita por Tadei.

A combinação das propriedades do cal e do cloro oxida as larvas e é considerada ambientalmente correta, uma vez que é biodegradável e pode ser aplicada em focos de água parada pelos próprios funcionários das construtoras, desde que treinados. “O fato é que o controle da dengue não se faz só pelo serviço de saúde”, ressaltou Albuquerque.

Tadei fez questão de lembrar que medidas ainda mais simples e bem conhecidas, como tampar caixas d’água, manter o quintal limpo, verificar se as calhas e vasos de plantas não estão acumulando água, também ajudam no combate a doença.

Fotos da chamada: Eduardo Gomes

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