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“Enquanto a gente tratar os igarapés da cidade como via de dejetos teremos problemas”

  • Publicado: Terça, 01 de Fevereiro de 2011, 20h00
  • Última atualização em Sexta, 08 de Maio de 2015, 09h27

 

Ascom Inpa

Eduardo Gomes
Jasen Zuanon destaca o papel da ciência para reverter o quadro da poluição em riachos

A declaração foi feita pelo pesquisador do Inpa Jansen Zuanon durante o debate no XlX Encontro Brasileiro de Ictiologia nesta quarta-feira (2) em Manaus. As discussões giraram em torno das condições de riachos e igarapés de todo o Brasil

 

Por Daniel Jordano

As condições de riachos e igarapés das cinco regiões do Brasil foram discutidas no quarto dia do XlX Encontro Brasileiro de Ictiologia (estudo do peixes). Durante o worksohp “Estudos Ictiológicos em riachos neotropicais”foram apresentadas propostas que vão desde a necessidade de ampliação das pesquisas até a análise do impacto do turismo em espécies de peixes.

Porém, o que chamou a atenção nas palestras foi a preocupação dos pesquisadores no que se refere à degradação ambiental de riachos e igarapés, principalmente, em áreas urbanas. O pesquisador do Inpa, Jansen Zuanon, fez um alerta.

“Enquanto a gente continuar com esse hábito de tratar os igarapés da cidade como via de escoamento de dejetos e de lixo, sempre teremos problemas que afetam desde a qualidade de vida até a questão de enchentes como no sul e sudeste do país”, enfatizou.

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Como alternativa para reverter o quadro o pesquisador propõe a conscientização tanto da população, que não deve jogar lixo nas fontes d’água, quando aos responsáveis por políticas públicas na área. “Investir na educação ambiental é fundamental para que tenhamos uma melhoria na qualidade de vida na região”, afirmou Zuanon .

O turismo

Outro ponto de destaque durante as discussões foi um estudo que avaliou os impactos do ecoturismo sobre os peixes. A pesquisa foi feita na cidade de Bonito (MS) e segundo o autor, José Sabino da Universidade Anhanguera do Rio Grande do Sul (UNIDERP), pode ser usada para futuras análises em Manaus. A cidade vai receber jogos da copa de 2014 e deve atrair um grande número de pessoas interessados no ecoturismo.

Sabino, que fez doutorado no Inpa, afirmou que as pesquisas revelaram um aumento de estresse nos peixes que vivem em locais onde há visitação o que interfere até a alimentação. “Nessas áreas, que nós chamamos de área ativa, eles se alimentam com menor frequência. Outro ponto, foi a análise da substânciaGlicocortisol(hormônio relacionado ao grau de estresse) sendo que nas áreas de visitação esse valor é maior”, explica.

O pesquisador propõe que a partir dos resultados haja uma estratégia de visitação. “Não devemos proibir a visitação, pois ela gera renda. O que é preciso é ter regras de visitação, além de bom censo e conhecimento”, finaliza.

O XlX Encontro Brasileiro de Ictiologia que ocorre até a próxima sexta-feira (4) em Manaus no Studio 5 centro de Convenções reúne vários pesquisadores do Brasil e do exterior. O objetivo é debater e sugerir propostas para pesquisas com peixes.

Foto da Chamada: Eduardo Gomes

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