Estudo avalia padrões alimentares de tartaruga-da-amazônia
Além dos padrões alimentares, a pesquisa do mestrando em ecologia do Inpa investigou se as tartarugas-da-amazônia atuam no processo de endozoocoria (a dispersão de sementes pelo trato gastrointestinal), durante a cheia
Por Wallace Abreu/Projeto Tartarugas da Amazônia
A pesquisa de mestrado de Guilherme Malvar da Costa, realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), avaliou os padrões alimentares da tartaruga-da-amazônia (podocnemis expansa) na Reserva Biológica do Rio Trombetas (Rebio Trobetas), em Oriximiná (PA), durante um período de seca.
O estudo foi orientado por Richard Vogt, pesquisador considerado uma das maiores referências em estudos com quelônios na Amazônia.
Estudos e investigações
Quelônios possuem diferentes estratégias alimentares, que estão relacionadas principalmente ao sexo, idade e disponibilidade de alimentos em ambiente natural. Para Costa, os resultados dos estudos influenciarão diretamente nas ações de manejo e conservação realizadas na Reserva.
O mestrando explicou que os estudos alimentares foram concentrados no período da seca dos rios. “Durante esse período, as tartarugas-da-amazônia ocupam principalmente as calhas médias e baixas dos rios, apresentando comportamento alimentar predominantemente herbívoro”, ressaltou.
Já as investigações da possibilidade da atuação das tartarugas como agentes dispersores de sementes foram realizados a partir da recuperação das sementes encontradas no trato digestivo das tartarugas, por meio de lavagem estomacal, regurgitado, peneirado e analisado em laboratório, e pelo conteúdo fecal, onde as sementes recuperadas foram acondicionadas em bandejas de germinação.
Os testes de germinação obtiveram resultados negativos e, para Costa, não é possível afirmar que os indivíduos da espécie analisada atuem como dispersores de sementes na natureza.
Quanto aos padrões alimentares, das onze categorias alimentares encontradas, folhas, sementes e talos estão entre a dieta alimentar mais importante para as tartarugas. O estudo concluiu ainda que não ocorrem diferenças na alimentação em decorrência a diferenciação de sexo ou idade.
A pesquisa foi desenvolvida em parceria com o Projeto Tartarugas da Amazônia, patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental.
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