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Inovação na Amazônia depende da fixação de doutores, mestres e especialistas

  • Publicado: Quinta, 29 de Novembro de 2012, 20h00
  • Última atualização em Quinta, 07 de Maio de 2015, 09h52

 

Pesquisadores debateram sobre formação cultural e educação durante 3º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013, que acontece em Manaus (AM) na sede do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI)

Sebastião Alves – Agência FAPEAM

Com o tema “Educação e cultura para formação de cientistas e inovadores nos trópicos”, a terceira mesa-redonda do 3º Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência 2013,despertou, na tarde de quinta-feira (29), o interesse de pesquisadores para questões transversais da educação para o desenvolvimento social, econômico e cultural da região amazônica.

Segundo a professora e doutora em Educação da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Arminda Mourão, quando se pensa na formação de pesquisadores na Amazônia é necessário fugir de algumas tendências mundiais que não atendem aos anseios da região. Para tanto, o primeiro passo é entender a região para que se financie ciência e tecnologia de forma diferenciada, pautada na revisão dos processos educacionais, como forma de transformação social.

“O governo brasileiro deve otimizar o financiamento da ciência nas universidade brasileiras, para que se tenha maior atenção para a questão da inovação, principalmente, investimentos na área de recursos humanos, porque se não tivermos a fixação de doutores, mestres e especialistas aqui, não haverá inovação, comprometendo o desenvolvimento da região”, ressaltou Mourão.

A pesquisadora salientou que deve haver essa preocupação na fixação de recursos humanos qualificados na região, que deve estar conciliada a um conjunto de investimentos, que faça com que a região cresça.  Mourão acrescentou também a formação de pesquisadores e do professor pesquisador no sistema de ensino, respeitando a diversidade e o conhecimento dos povos tradicionais, para que se possa construir ciência e tecnologia, consideradas um grande desafio para uma Amazônia continental.

Diversidade

Para a doutora em Antropologia e Linguística e pesquisadora do Inpa, Ana Carla Bruno, a mesa-redonda propiciou uma discussão ampla sobre a temática proposta. Carla Bruno acredita que ao discutir Educação, Ciência e Inovação na Amazônia, primeiramente, é necessário entender a diversidade da região. Segundo a pesquisadora, há muita discussão sobre a diversidade da Flora e Fauna, entretanto, não se pensa na diversidade cultural.

Para Carla Bruno, existem grupos sociais isolados na Amazônia e os aculturados, os quais mantêm a língua e a cultura preservados, entretanto ambos têm sede de aprender e ensinar. “Nesse sentido, o pesquisador, o cientista ou o professor devem atentar sobre a diversidade cultural e estar preparado para lidar com esse universo riquíssimo que ocorre na Amazônia, observando a relação desses grupos sociais junto à natureza e à cultura. O grande problema da ciência, fazendo referência a essa questão, é a separação desses dois elementos”, completou a pesquisadora.

Outro foco abordado na discussão foi a aproximação da academia junto às empresas, principalmente, as do Polo Industrial de Manaus (PIM). Segundo o representante da Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (Fucapi), Niomar Pimenta, “vivemos em sociedade pressupondo que o desenvolvimento econômico está sustentado no conhecimento proveniente da academia, em que essa tem base no desenvolvimento tecnológico, alavancando a competitividade no mundo global”, afirmou.

Pimenta finalizou dizendo que “o que se defende na região, a partir da ciência como o uso da biodiversidade amazônica, seja também um instrumento de produção de riqueza econômica por meio das empresas que usem produtos desenvolvidos a partir das inovações tecnológicas”.

Os encontros preparatórios para o Fórum Mundial de Ciência 2013 estão sendo promovidos pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O Amazonas é o único estado da região Norte a sediar um dos sete encontros.

O evento, em Manaus, é coordenado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (SECTI-AM) em parceria com o Inpa e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Retrospectiva

O primeiro encontro preparatório ocorreu na cidade de São Paulo, no mês de agosto, com o tema “Ciência para o Desenvolvimento Global: da educação para a inovação – construindo as bases para a cidadania e o desenvolvimento sustentável”. Em seguida, foi a vez de Belo Horizonte (MG) receber a reunião, que tratou sobre “Desafios para o desenvolvimento científico e tecnológico nos trópicos”.

Após o encontro em Manaus, as próximas cidades a sediar o evento serão Salvador (BA), Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Brasília (DF).

Sobre o Fórum Mundial

Pela primeira vez em sua história, o Fórum ocorrerá fora da Hungria, país que deu origem ao evento. O 6º Fórum Mundial da Ciência será realizado em novembro de 2013, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), com o tema “A Ciência para o Desenvolvimento Sustentável Global” e conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

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