Empresa amazonense assina transferência de tecnologia desenvolvida no Inpa
De acordo com a coordenadora de Extensão Tecnológica e Inovação (COTI) do Inpa, Rosangela Bentes, após a assinatura da transferência de tecnologia, as empresas têm o prazo de dois anos para colocar a tecnologia no mercado
Por Josiane Santos
Na tarde desta quarta-feira (31) foi assinado o acordo de transferência da tecnologia desenvolvida pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Roland Ernest Vetter, a Água Box, para a empresa Hightech Componentes da Amazônia. A assinatura ocorreu durante o encerramento do I Workshop de Inovação – Interação Academia/Empresa.
O protótipo da tecnologia era testado dentro das instalações do Inpa e, desde 2008, está instalado em cinco comunidades indígenas próximo ao rio Juruá, no Amazonas. “Nós desenvolvemos esse equipamento e nós vimos durante a pesquisa que é de suma importância, principalmente para o interior do estado, ajudando a manter a saúde da população”, ressaltou o desenvolvedor da tecnologia, Roland Vetter.
Água Box
A pesquisa dedicou-se a estudar método para desinfecção da água por meio de radiação ultravioleta tipo C. Trata-se de um sistema capaz de tornar águas sujas de rios e lagos em água potável, livre de germes e já foi testado com sucesso em aldeias na região amazônica. A inovação pode ser considerada como um método para proteção contra bactérias e outros micro-organismos perigosos que, em alguns casos, podem produzir efeitos negativos não somente para o ser humano, mas também para o meio ambiente.
Tecnologia Social
Atualmente, o Inpa tem 71 produtos e 52 pedidos de patentes no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). E mais quatro processos de transferência de tecnologia para empresas: farinha de pupunha integral; processo de obtenção de Zerumbona isolada dos óleos essenciais das raízes de zingiber l. Smith; e composição farmacêutica compreendendo extrato de zingiber zerumbet; e, agora, o purificador de água.
O diretor do Inpa, Adalberto Val, enfatizou a importância dos produtos estarem disponíveis para transferência à iniciativa privada e, principalmente, para empresas localizadas na região amazônica, em particular no estado do Amazonas. “O caminho do desenvolvimento sustentável passa efetivamente pela geração de renda, inclusão social e fundamentalmente pela agregação desta região à agenda nacional”, explicou.
Segundo o proprietário da empresa amazonense Hightech Componentes, Roberto Lavor, a empresa já trabalhava com uma tecnologia europeia similar, implantada em algumas áreas indígenas do estado. Após o conhecimento desta tecnologia desenvolvida no Inpa, surgiu interesse por conta de todo o processo de desenvolvimento ser realizado na região. “Achamos mais adequado e apropriado para a região pela portabilidade e, também, pelo fato do pesquisador (inventor) estar aqui (na região) e isso facilita muito o processo de otimização do produto e do equipamento como todo”, afirmou Lavor.
A assinatura do documento de transferência foi feita pelo diretor do Inpa, Adalberto Val; representando a sub-secretaria da coordenação das unidades de pesquisa ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Isabel Felicidade; Rosangela Bentes, Roland Vetter, e o proprietário da empresa receptora da transferência, Roberto Lavor.
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