Em comemoração ao aniversário de 60 anos de criação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), acompanhado pelo diretor Adalberto Val, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, realizou diversas inaugurações como parte da programação oficial da cerimônia.

Criado em 29 de outubro de 1952, com a assinatura de um decreto pelo então presidente Getúlio Vargas, o Inpa vem realizando estudos científicos sobre os mais diversos temas que tenham relação com as condições de vida da região amazônica, representando, também, um salto no conhecimento da Amazônia, cuja complexidade desafia e encanta pesquisadores de todo o planeta.

O diretor do Inpa, Adalberto Val, fez questão de relembrar esses fatos históricos que contribuem até hoje para o desenvolvimento científico na Amazônia. No caso, a contribuição do Tratado de Madrid (Espanha), de 1750, que introduziu no direito internacional uma nova figura jurídica: o direito do “uti possidetis”, o que, discursou Val: “permeou o decreto de (Getúlio) Vargas e permeia até hoje as nossas ações para a Amazônia, porque hoje possui de direito, quem conhece de fato e para manter a soberania da Amazônia precisamos produzir conhecimento e é com esta missão que o Inpa vem trabalhando nesses 60 anos”.

“Temos que ir mais adiante ainda. Temos que caminhar mais. A definição do papel do Inpa ainda não se esgotou. Temos que reconhecer que algumas das principais questões da Amazônia continuam carentes de respostas”, destacou o ministro Marco Antonio Raupp.

O ministro frisou ainda a importância da C,T&I na aplicação de um desenvolvimento sustentável, que beneficie tanto a população quanto a floresta amazônica. “Nada mais apropriado, no aniversário do Inpa, para termos nossas atenções e nossos compromissos dirigidos para o papel da ciência no desenvolvimento da Amazônia”, disse.

Cooperação e colaboração

O ministro parabenizou o diretor do Inpa tanto pelos programas de pós-graduação, quanto pela nova organização institucional, dividida em quatro focos de pesquisa (sociedade, ambiente e saúde; biodiversidade; dinâmica ambiental; e tecnologia e inovação). “A evolução da infraestrutura foi acompanha por profunda reforma administrativa, mais leve e moderna e eu parabenizo o diretor por ter tomado esta iniciativa. Essa forma de organização a interação entre os grupos de pesquisa e a exploração das interfaces de diferentes áreas, foca muito mais nos objetivos institucionais”, declarou.

E, aproveitando a ocasião, tendo o ministro como testemunha, Inpa e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) firmaram um acordo de atuação conjunta para fomentar a pesquisa entre as duas instituições em prol do desenvolvimento baseado na utilização sustentável de seus potenciais. “Essa ação hoje (29) aqui começa a responder o que foi colocado pelo senhor (Raupp). Os amazonenses, dessa sociedade, começaram a construir resultados concretos, a dar respostas da inserção das nossas duas instituições no melhor da vida dessa sociedade”, afirmou o Superintendente da Suframa, Thomaz Afonso Queiroz Nogueira.

Programação especial 

Dentre as atividades preparadas para a data festiva, aconteceram inaugurações de obras referentes à infraestrutura nos três campi, visando o melhor desempenho das atividades realizadas no Instituto, seguida pela solenidade de entrega da menção honrosa “INPA – 60 anos de criação”, realizada no Auditório da Ciência do Bosque da Ciência (zona centro-sul de Manaus), entregue aos servidores da Instituição escolhidos mediante consulta pública interna.

Os agraciados foram: Gestão - Pedro Vasquez Lemos, Celma Maria Alfaia de Barros e Manoel Francisco Jesus de Souza; Técnicos - José Ferreira Ramos, José Ribeiro e Raimundo Nonato Lima dos Santos; Pesquisadores/Tecnologistas - Ilse Walker, Hiroshi Noda e Philip Martin Fearnside; Aposentados - Jerônimo Ferreira de Souza.

A pesquisadora suíça Ilse Walker, que trabalha no Inpa desde 1976, agradeceu a menção afirmando: “Esse é um grande privilégio, um prazer gratificante”.

“A ciência é uma atividade social e tem que ter fins sociais. Nós somos cientistas, vivemos em sociedade e precisamos ter os nossos olhos voltados para a sociedade na qual estamos inseridos”, completou Val.