Umas das questões que mais tem sido discutida atualmente no meio acadêmico e científico é a divulgação da ciência. Os obstáculos e desafios que se projetam frente à exposição de estudos e resultados de pesquisa são inúmeros, começando pelo interesse das pessoas e das instituições nesse processo.

A elaboração de projetos e alternativas para atrair a atenção do público em geral, seja de pesquisadores ou não, é de essencial importância para a melhor visualização do cenário educacional. Com base nisso, o coordenador de Extensão (COEX) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Carlos Bueno, apresentou no I Fórum de Educação, Divulgação e Difusão em Ciências no Amazonas os projetos que o Instituto realiza em prol da difusão do conhecimento social e científico na região.

Conhecendo a Amazônia

Projetos como o “Circuito da Ciência”, que leva crianças de escolas municipais e estaduais para conhecer as dependências do Bosque da Ciência e várias pesquisas realizadas pelo Instituto e seus parceiros de forma lúdica, priorizando o aprendizado; e o projeto “Jovens Ambientalistas”, que inclui atividades educativas com a participação e inserção social de jovens, ilustram como a educação é fundamental para o desenvolvimento da ciência.

O destaque feito por Bueno, em sua palestra sobre os meios de divulgação científica, é a preocupação que se deve ter nas formas de levar as informações sobre a Amazônia para as crianças e com isso torná-las difusoras desse conhecimento. “A erosão cultural vem acontecendo, termos que antes eram passados de pais para filhos hoje estão se perdendo. O objetivo da realização desses projetos é trazer o gosto pela ciência as novas gerações”, afirmou o pesquisador.

A divulgação dos projetos científicos e outras atividades realizadas pelo instituto também são difundidas a partir do trabalho realizado por jornalistas, como explicou a assessora de Comunicação do Inpa, Tatiana Lima, por meio da publicação de reportagens e matérias em site, revistas, jornais, rádio, TV e redes sociais, que buscam utilizar linguagens mais acessíveis para que o conhecimento seja utilizado por todos.

Casa da Física

A coordenadora do Programa Casa da Física - criado pelo professor José Pedro Cordeiro a partir de uma preocupação que surgiu após a observação dos resultados obtidos pelos alunos amazonenses na Olimpíada Brasileira de Física - da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Daniela Triches, explanou sobre a dificuldade com a qual o ensino de disciplinas como física, química, biologia e matemática vem sofrendo de forma gradativa e constante no Brasil. “A maior dificuldade dos alunos é na parte experimental, sendo que a maioria dos laboratórios de escolas públicas do estado estão desativados ou nunca nem haviam sido usados. O projeto visa a reativação desses espaços como forma de trazer estímulos para os alunos se dedicarem a essas disciplinas”, explica a coordenadora.

Durante a tarde correram também exposições dos trabalhos dos alunos na área do centro de convivência do Instituto. O coordenador do Grupo de Estudo e Pesquisa Educação em Ciências em Espaços Não Formais – GEPECENF, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Augusto Terán, apresentou a palestra “Educação em ciências, divulgação científica e espaços não-formais”, debatendo como é o processo de realização dos projetos desenvolvidos nessas áreas.

Sobre a Radicci

O Fórum é uma realização da Rede Amazonense de Educação, Divulgação e Difusão Científica (Raddici), com a intenção de constituir a troca de informações entre instituições de ensino e pesquisa, orientada à reflexão, debate e socialização de suas estratégias de produção, difusão e popularização da Ciência.

Para mais informações, acesse: http://www.forumraddici.com/