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Segundo dia de reunião da OTCA no Inpa busca concretizar diretrizes

  • Publicado: Quarta, 12 de Setembro de 2012, 20h00
  • Última atualização em Segunda, 04 de Maio de 2015, 10h52

 

Representantes dos países-membros da OTCA e de institutos de pesquisa discutem aspectos sociais e práticos para a implementação do Observatório Regional Amazônico

 

Eduardo Gomes

O chefe de gabinete do Inpa, Sérgio Guimarães, representou o Instituto durante a reunião do grupo que elaborou documentos sobre as questões institucionais do Observatório

Por Clarissa Bacellar e Josiane Santos

Durante o segundo dia de reunião da Organização do Tratado da Cooperação Amazônica (OTCA) no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), nesta quarta-feira (12), representantes dos oito países-membros - Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – dividiram-se em dois grupos para discutir diretrizes para o estabelecimento da prática do Observatório Regional da Amazônia.

Dividiu-se em dois grupos, operacional e institucional, que discutiram a criação de uma plataforma para a difusão das informações produzidas sobre biodiversidade amazônica comuns aos países-membros e elaboraram documentos direcionados aos aspectos sociais, políticos e práticos.

Tanto o Inpa quanto o Instituto de Pesquisas da Amazônia Peruana (IIAP/Peru) e o Instituto Amazônico de Pesquisa Científicas (SINCHI/Colômbia) são contribuintes dessa iniciativa e visam auxiliar na elaboração das diretrizes.

 

Segundo o chefe de gabinete do Inpa, Sérgio Guimarães, com base nos resultados provenientes dos focos de pesquisa do Instituto (biodiversidade; tecnologia e inovação; dinâmica ambiental; sociedade, ambiente e saúde) já é possível alimentar a plataforma piloto. “As coleções científicas do Inpa são uma contribuição importantes já disponíveis para alimentar o Observatório. Outra coisa que também é de resposta imediata com que podemos contribuir são os programas de pós-graduação, que já colaboram com outros países como a Colômbia, com troca de informações e intercâmbios”, ilustrou Guimarães.

 

Relatórios

 

Na tarde, os dois grupos se reuniram para apresentar as propostas descritas em cada documento elaborado por cada grupo e abriu-se para discussão geral.

 

No primeiro documento que se refere à parte operacional do Observatório, Hernán Telló, diretor do programa no Peru, apresentou o relatório de trabalho elaborado durante a manhã. Dentre os pontos apresentados, discutiram sobre a arquitetura do sistema; infraestrutura tecnológica existente e disponibilidade de cada país; propriedade intelectual; cooperação científica: mapa da capacidade técnica e de informações disponíveis, infraestrutura e comunicação; uso de padrões locais e protocolos para a legislação da informação.

 

O outro grupo apresentou as propostas para o funcionamento institucional do Observatório, uma plataforma de informação que centralize todos os recursos humanos da área de pesquisa e informações a necessidade e capacidade institucional.

 

As propostas apresentadas serão encaminhadas para os ministros de relações exteriores de cada país membro para apreciação. Em novembro desde ano, os dois grupos se reunirão para apresentação das novas propostas que cada país irá trazer. A nova reunião acontecerá no Equador.

 

Resultados positivos

 

Na avaliação do diretor do departamento da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, Clemente Baena Soares essa reunião serviu para fazer um “desenho” de como possivelmente irá funcionar o Observatório. “Eu classifico a reunião extremamente positiva, já se tem um desenho de como será futuramente as características desse observatório: objetivos, atividades, inclusive o financiamento, e esses grupos de trabalho (operacional e institucional) não deixarão de existir. As pessoas que trabalham nesse grupo continuarão mantendo contato e isso ajudará a impulsionar, a dar vigor maior ainda ao Observatório. Espero que na reunião de novembro seja formalmente anunciada a criação do Observatório durante a reunião de ministros”, afirmou.  

 

O diretor do Inpa, Adalberto Val, ressaltou sobre a importância de se compartilhar informações sobre a Amazônia, principalmente, por conta da região amazônica ser única. “As fronteiras existentes entre os países foram criação humana, mas isso não funciona nem para as plantas, nem para os animais, nem nesta região e nem em outras regiões. Esta reunião vem se desenhando e fortalecendo cada vez mais como uma área pivotal (centro da questão) para o desenvolvimento sulamericano. Definitivamente, os documentos produzidos pelos dois grupos de trabalho: infraestrutura e institucional, vão sem dúvida concretizar de forma bastante efetiva as ações do OTCA no sentido de instalar e fazer o Observatório Regional Amazônico”, discursou.

OTCA

Firmado em 1978, o Tratado de Cooperação Amazônica tem como compromisso "promover ações conjuntas para o desenvolvimento harmônico da Bacia Amazônica". Em 1995, as oito nações criaram a OTCA.

Com a criação do Observatório Regional da Amazônia, um fórum permanente de instituições voltado à elaboração de estudos de interesse para a região, com ênfase no estudo da biodiversidade amazônica, a OTCA visará a operacionalização de um sistema de informações e indicadores sobre o desenvolvimento dos países-membros em suas regiões amazônicas.

Foto da chamada: Eduardo Gomes

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