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Curso de Controle de Vetores do Inpa debate sobre formas de contágio e controle da malária

  • Publicado: Segunda, 03 de Setembro de 2012, 20h00
  • Última atualização em Segunda, 04 de Maio de 2015, 10h37

 

Os debates tiveram como tema as espécies de protozoários plasmodium falciparum e o plasmodium vivax, mais predominantes no Brasil, associado à malária

Por Josiane Santos

Na manhã desta terça-feira (4), dando continuidade ao XII Seminários em Doenças Tropicais e Controle de Vetores promovido pelo Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o professor Maurício Martins Rodrigues, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), proferiu palestra sobre o ‘Desenvolvimento e Vacina contra Malária’.

Rodrigues citou a importância das vacinas como um dos fatores que colaboraram para o aumento na expectativa de vida nos últimos 100 anos, mostrou alguns avanços nas pesquisas sobre o desenvolvimento de vacinas e destacou, também, a importância de programas de controle da doença. “Se você tiver programas bem desenvolvidos, mesmo que não envolvam vacinas, você consegue controlar a malária como é o caso de Sri Lanka, em que eles reduziram os números de casos de malária de 300 mil para praticamente zero. Aqui no Brasil, a estratégia utilizada para o controle da malária nos últimos 10 anos foi a contratação de agentes de controle de malária e um tratamento intensivo das pessoas doentes”, destaca Rodrigues.

O Brasil possui o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCTV) que tem como principal objetivo o desenvolvimento de uma vacina para o plasmodium vivax, espécie de malária mais amplamente distribuída no mundo.

Contribuintes da doença

Marcus Lacerda, pesquisador em malária da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV) do Amazonas, falou ao público sobre malária e coinfecções citando alguns casos de pacientes que tiveram seu quadro clínico complicado por conta de outras patologias como anemia, apontada como principal complicação da plasmodium vivax, especialmente entre crianças, e dengue. Ambas tem ocorrências comuns nos municípios amazonenses.

“O problema de se estudar anemia é que as causas da anemia e da malária são múltiplas e elas interagem entre si de uma forma muito peculiar: a medula óssea não produz hemácia de forma satisfatória juntando à isso a desnutrição, infecções concomitantes – HIV, B19, entre outros – além de coisas de genéticas de hospedeiro. Ou seja, é muito complicado estudar anemia e mais ainda comparar os dados que nós temos com dados que outras pessoas do mundo tem, porque as doenças de outros países podem ser diferentes e as caraterísticas genéticas também”, explicou Lacerda.

Outro ponto que destacou foi sobre a questão da recaída da malária. O pesquisador mencionou um trabalho feito sobre revisão e análise na literatura em alguns casos em que trata plasmodium falciparum na Indonésia. Ao acompanhar os dados de pacientes infectados pelo plasmodium falciparum, ao longo dos meses eles começaram a apresentar mais plasmodium vivax.

“Plasmodium vivax mata, aparentemente, poucos casos sim, mas ele desencadeia a morte em uma população que já tem problemas de saúde e que o plasmodium vivax acaba descompensando. Se nós estivermos certos, o controle de outras doenças febris na Amazônia também vai por tabela controlar a malária, o que irá evitar um grande número de recaídas da doença”, alertou o pesquisador.

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