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Workshop de tecnologias sociais do Inpa apresenta pesquisas sobre geração de produtos e recuperação ambiental

  • Publicado: Quarta, 22 de Agosto de 2012, 20h00
  • Última atualização em Segunda, 04 de Maio de 2015, 10h25

 

O evento buscou oportunizar a divulgação de projetos e a prospecção de ações futuras

Por Josiane Santos

Clarissa Bacellar

O processo de curtimento da pele de peixes, que consiste em aplicação de processos químicos e mecânicos que ajudam a transformar a pele em couro, foi uma das tecnologias apresentadas que também teve seus resultados expostos

Nos painéis referentes ao desenvolvimento de “trabalho para a geração de renda” do I Workshop de Tecnologia Social, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) apresentaram na tarde desta quarta-feira (22) alguns trabalhos que têm inserido a comunidade durante o processo da pesquisa.

A pesquisadora do Inpa Ana Carla Bruno apresentou ao público presente o Projeto Casa de Andiroba em conjunto com a pesquisadora também do Instituto Noemia Ishikawa, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina, realizado na Região do Alto Solimões (Amazonas), com indígenas da região para produção de velas e óleo natural a partir da andiroba.

“A ideia do projeto era trazer estabilidade, mas também que mantivesse todos os valores tradicionais: forma de falar a língua, como manter a história de extração do óleo, ou seja, não tirar o jovem da aldeia e levar para a cidade, manter a tradição social”, explicou a pesquisadora.

Outra pesquisa apresentada foi a “Utilização de peles de peixes amazônicos para curtimento” desenvolvido no Laboratório de Tecnologia de Alimento do Inpa, que transforma o subproduto peles de peixe em matéria-prima no processamento de couro utilizado em produtos como sapatos, carteiras, bolsas, entre outros, apresentado pelo pesquisador Nilson Luiz Carvalho.

O pesquisador, que trabalha com curtimento de pele de peixes, afirma que desde os primeiros estudos realizados até hoje, o processo e aproveitamento de pele de peixe no estado pouco mudou. “Aqui na região amazônica temos muitas espécies de peixes, muita delas são trabalhadas nos frigoríficos e a quantidade que é jogada fora ainda é a mesma que nós conhecíamos há 16 anos”, expôs.

De acordo com Carvalho, na época da safra, principalmente dos peixes lisos, em toda calha do rio Amazonas até Santarém (Pará), estima-se que uma tonelada de pele era jogada por dia durante a safra de três meses e isso o motivou a estudar o aproveitamento de curtimento de pele de peixes. 

Ao longo desse tempo a pesquisa foi se aperfeiçoando como a diminuição de muita das etapas, retirada de elementos químicos poluentes, substituição de alguns tipos de tingimentos fabricados por tingimentos naturais etc.

Nilson Carvalho disse que já está em negociação a implantação de um novo laboratório onde possam desenvolver o curtimento de pele de peixe. “Estamos pensando em algo moderno e novo dentro da Instituição. Fazer a pesquisa, extensão e ter alguma forma de produção para que os equipamentos não se tornem obsoletos e com isso sejam usados constantemente”, ressaltou.

Outras exposições

Helyde Albuquerque Marinho, pesquisadora da Instituição, apresentou o desenvolvimento de sabonetes e xampus tendo como matéria-prima produtos amazônicos como buriti, pupunha, entre outras, por meio da extração do óleo que são ricos em vitamina A e C. Dando continuidade, o pesquisador Antenor Pereira Barbosa palestrou sobre “Silvicultura e extração de pau-rosa no estado do Amazonas”. 

Nas pesquisas sobre o processo de recuperação de áreas desmatadas, houve a apresentação da pesquisadora do Inpa Ires Paula Miranda sobre “Palmeiras e sua adaptação espacial face ao desmatamento”; e a confecção de blocos biodegradáveis, desenvolvido pelo mestre em Ciências de Florestas Tropicais e bolsista da Rede CT Petro Amazônia, Robson Disarz, juntamente com o pesquisador do Inpa, Gil Vieira. 

Os blocos biodegradáveis foram desenvolvidos com dupla funcionalidade e procuram conter a erosão superficial do solo em áreas de restauração ecológica, evitando assim a perda de nutrientes e sementes de espécies de plantas consideradas pioneiras, ou seja, plantas que evoluíram para ocupar ambientes em que a vegetação original foi alterada.

Foto da chamada: Clarissa Bacellar

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