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GEEA debate impactos das Hidrelétricas na Amazônia

  • Publicado: Terça, 21 de Agosto de 2012, 20h00
  • Última atualização em Segunda, 04 de Maio de 2015, 10h23

 

“As usinas hidrelétricas podem emitir mais gases do efeito estufa que as termelétricas”, relata o pesquisador do Inpa, Philip Fearnside

Por Fernanda Farias

A 24ª reunião do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (GEEA), que aconteceu na manhã desta quarta-feira (22), no auditório da diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), debateu novamente sobre as Hidrelétricas na Amazônia e contou com a apresentação do pesquisador Philip Fearnside, que abordou, especificamente, os “Impactos e tomada de decisão sobre a política energética do Brasil”.

Fearnside explicou sobre os impactos que as usinas hidrelétricas causam ao meio ambiente, principalmente as que são construídas em áreas tropicais, como na Amazônia. “As usinas hidrelétricas podem emitir mais gases do efeito estufa que as termelétricas. Pois quando os galhos e folhas submersos apodrecem emitem gás carbônico e quando a água sai das turbinas elas emitem o gás metano”, esclareceu.

Belo monte

Um dos principais pontos do debate foi sobre a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construída no rio Xingu. Fearnside lembrou que para a sua construção, ¼ da cidade de Altamira (PA) será inundada, prejudicando dessa forma todas as comunidades indígenas e ribeirinhas que utilizam os rios como fonte de subsistência. “A população ribeirinha está sendo removida para que toda aquela área seja inundada. Isso acarretará em um problema grande, não apenas de moradia, mas como de disponibilidade de água para as comunidades que vivem neste local”, expôs o pesquisador.

O pesquisador explicou ainda que para a usina hidrelétrica de Belo Monte começar à gerar reais benefícios, será necessário mais de 40 anos após sua construção. “Para se ter uma ideia, apenas nos primeiros 10 anos de funcionamento da usina de Belo Monte, ela emitirá para atmosfera 11 milhões de toneladas de CO2 por ano, isso equivale à mais poluição do que a da cidade de São Paulo”, ilustrou.

Além de impactos para o meio ambiente, o pesquisador ressaltou o prejuízo econômico que a usina acarretará na época da vazante do rio Xingu. “Na época da seca do rio Xingu, a usina de Belo Monte não conseguirá gerar toda energia para que foi feita. Como o rio enche pouco, algumas turbinas ficarão inativas, gerando um grande custo de manutenção”, comentou.

Após a palestra de Fearnside, houve vários questionamentos e posicionamentos divergentes adotados pelos participantes sobre a pesquisa realizada, aludindo, assim, a grande polêmica que gera a questão de Belo Monte.

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