Inpa pesquisa potencial de espécie de ingazeira
A espécie é importante para o meio urbano, com potencial para arborização, paisagismo e reflorestamento, porém as potencialidades e características botânicas dessa fruteira são pouco conhecidas pela população de Manaus
Por Juan Mattheus
Quem passa todos os dias pelo estacionamento da Faculdade de Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) ou ao longo de um canteiro da estrada do bairro da Compensa pode nunca ter percebido a existência de uma espécie de ingazeira por ela ser pouco conhecida na área de Manaus. O estudo que o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Afonso Rabelo, realizou sobre a Inga laurina (Sw.) Willd, conhecida popularmente como ingá-chichica ou ingá-de-macaco, mostra que a espécie possui uma grande facilidade em se propagar em qualquer terreno, é resistente a períodos prolongados de estiagem, solos compactados de baixa fertilidade além de ter crescimento rápido e certa imunidade a pragas como ervas de passarinho e doenças.
Possivelmente nativa da Amazônia, segundo o pesquisador, a espécie é comumente encontrada em florestas primárias e predominante em ecossistemas de terra firme, podendo ser encontrada na Reserva Ducke e em florestas de várzeas. É encontrada ainda, no sul da América do Norte, América Central e na América do Sul (em quase todos os Estados do Brasil). Esse tipo de ingazeira pode atingir até 15m de altura e, em áreas abertas, possui o caule curto, formando uma estrutura ornamental e com folhas perenes.
Entretanto, a falta de conhecimento sobre o potencial frutífero, paisagístico e ornamental da população de Manaus sobre essa espécie de ingazeira é grande, tornando-as esquecidas. Contudo, em outras partes do Brasil, como a região Centro Oeste, ela é cultivada na arborização urbana. “Em Brasília (DF), a espécie é bastante cultivada no espaço chamado de Bosque dos Constituintes, com 62 plantas”, exemplifica o pesquisador.
Potencialidades da Espécie
A utilização dessa espécie é ainda aconselhada em sistemas agroecológicos, criação de abelhas, recuperação de áreas degradadas, sombreamento para culturas que não toleram luminosidade intensa e também na arborização urbana, paisagismo e estacionamentos para carros. “Essa espécie de árvore, por ser de rápido crescimento, é indicado como excelente planta para recuperação de mata ciliar”, comenta Rabelo.
Para o cultivo da Inga laurina, deve-se colocar as sementes para germinar imediatamente após a coleta dos frutos maduros, pois elas não toleram a secagem. “Após a semeadura, à emergência das plântulas ocorrem a partir de duas semanas, com alta taxa de germinação. Os frutos do ingá-chichica, de um sabor adocicado são geralmente consumidos na forma in natura e são muito importantes na dieta de animais silvestres como os macacos, pássaros e roedores”, explica.
Para mais informações sobre esta espécie e outras fruteiras nativas da Amazônia, acesse o blog: frutasnativasdaamazonia.blogspot.com ou adquira o livro “Frutas nativas da Amazônia comercializados nas feiras de Manaus-AM”, publicado pela Editora INPA - (92) 3643 3223 / 3642 3438 (fax) ou editora@inpa.gov.br- em março de 2012.
Foto da chamada: Afonso Rabelo (Acervo pesquisador)
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