Estudantes do PPG Aquicultura do Inpa realizam visita às pisciculturas de Roraima (RR)
“Estimulada pelos resultados bastante positivos, novas visitas deverão ser organizadas para outros estados da região amazônica”, afirmou a vice-coordenadora do curso, Elizabeth Gusmão
Da redação da Ascom
Os alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura (PPG Aquicultura) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e da Universidade Nilton Lins realizaram, entre os dias 16 a 21 de julho, visita técnica nas principais fazendas de piscicultura do estado de Roraima (RR).
Segundo a vice-coordenadora do curso, Elizabeth Gusmão, o objetivo da visita foi oferecer aos estudantes a oportunidade de conhecer de perto a realidade das pisciculturas do estado amazônico vizinho, que tem apresentado, nos últimos anos, um grande avanço na sua produção de tambaqui. “O estado de Roraima, que apresenta várias pisciculturas de grande porte (70 a 200 hectares de lâmina d’água) atualmente, desponta na produção de tambaqui, sendo 90 a 95% comercializado no mercado de Manaus”, comenta a pesquisadora do Inpa.
Durante a visita, os alunos tiveram o apoio técnico do consultor engenheiro agrônomo João Lorena Campos, sócio da empresa Aqua Imagem, a serviço do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e do engenheiro de pesca, Felipe Goyanna, técnico da Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura de Roraima (SFPA-RR) do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).
Em todas as fazendas visitadas, o grupo foi recebido pelo proprietário que acompanhou e conversou com os alunos, explicando as metodologias de manejo adotadas, assim como as dificuldades enfrentadas para diminuir o custo de produção. Ao final de cada visita, os alunos fizeram sua contribuição por meio de sugestões aos piscicultores para melhorar a produção.
Para a vice-coordenadora do curso, existe interesse que os alunos do PPG Aquicultura possam estagiar, por algumas semanas, numa das fazendas visitadas, o que deverá ser oficializado por meio de um convênio entre a Nilton Lins e o Inpa e cada fazenda de piscicultura visitada. “Essa visita nos aproximou do setor produtivo e acredito que temos muito que aprender com o produtor, assim como podemos contribuir, lhes transferindo novas tecnologias”, afirma Gusmão. Além das fazendas de piscicultura, o grupo conheceu a fábrica de ração “Criação”.
Projeto familiar
Na oportunidade, Felipe Goyanna apresentou um projeto de Piscicultura Familiar, que tem apoio do MPA, uma vez que é interesse do estado de Roraima que esta atividade também possa ser praticada por pequenos produtores rurais. Um dos produtores, conhecido como “Raimundinho”, já produziu cerca de 1,5 toneladas de tambaqui em dois viveiros escavados de 400 m2 cada, obtendo R$ 8.000,00 de retorno no primeiro ciclo.
O grupo também visitou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Roraima, onde foram recebidos pelo Chefe Geral, Francisco Joaci de Freitas Luzv, que demonstrou interesse em firmar parceria entre o curso de pós-graduação e a equipe de pesquisadores em aquicultura da empresa em Roraima.
Segundo o Chefe geral, com a inauguração da nova infraestrutura laboratorial de nutrição e reprodução de peixes, sob responsabilidade do pesquisador Moisés Quadros, que ocorrerá nos próximos dias, “será dado um importante passo para os avanços nas pesquisas e tecnologias de criação de espécies nativas na região”.
Encerrando a vista, o grupo teve a oportunidade de participar da palestra “Mercado internacional para o tambaqui e pirarucu – Venezuela e Guiana”, apresentada pelo consultor João Campos, no Nucep/SEBRAE.
Segundo Gusmão, uma visita como esta não seria possível sem o apoio da Universidade Nilton Lins; Inpa; SFPA-RR/MPA; Aqua Imagem/Sebrae; Batalhão de Engenharia e Construção - 6º BEC; Fazendas Cajubira, com o auxilio de Lírio da Silva; Novo Paraís, na figura de Raimundo Pinheiro; Santa Luzia, com José Souza; Patcholi, com Mário José Ribeiro; e da fábrica de ração Criação, representada por Aniceto Wanderley).
Gusmão salientou a importância desta interação entre a academia e o setor produtivo, cuja visão geral será apresentada em forma de relatórios técnicos elaborados pelos alunos do curso.
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