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Pesquisa do Inpa estuda índices de infestação de mosquitos da dengue por métodos não convencionais de detecção

  • Publicado: Quarta, 20 de Junho de 2012, 20h00
  • Última atualização em Quinta, 30 de Abril de 2015, 11h36

 

O estudo de Samael Padilla utiliza análises de detecção imperfeita para calcular estimativas de infestação por Aedes aegypti nas residências de Manaus

Por Juan Mattheus

Samael Padilla (Acervo)

Os mosquitos transmissores da dengue estão muito bem adaptados a ambientes urbanos.

Um dos grandes problemas de saúde pública na cidade de Manaus, e também em várias partes do mundo onde o clima é tropical, é a infestação por mosquitos transmissores de doenças infecto-contagiosas. Um exemplo são os mosquitos Aedes aegypti e Ae. albopictus, vetores da dengue.

A pesquisa desenvolvida pelo mestre em ecologia formado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Samael Padilla, revelou a dinâmica de ocorrência (infestação) dos mosquitos vetores da dengue para quantificar os efeitos das intervenções oficiais de controle sobre estas espécies em um bairro da cidade de Manaus.

Uma grande dificuldade para os órgãos de saúde é detectar seus focos e agir rapidamente para prevenir epidemias. Como não há vacinas nem procedimentos eficientes para o tratamento da dengue, sua prevenção depende do controle dos mosquitos.

No estudo de Padilla, foram usados modelos de detecção imperfeita para obter estimativas de infestação nas residências de Manaus. “No contexto da minha pesquisa, modelos de detecção imperfeita são uma forma de calcular a probabilidade de infestação por Aedes assumindo que o mosquito podia estar na casa apesar de que não foi coletado nas armadilhas”, explica.

As medidas tradicionais usadas no Brasil e ao redor do mundo assumem que quando os mosquitos não foram detectados em uma residência é por que não estavam lá. “É mais lógico supor a possibilidade de que algumas vezes o mosquito estava lá mais não foi detectado pelo método tradicional. Com os modelos que eu uso, estas falhas de detecção são incorporadas aos cálculos da infestação e desta forma percebemos que a infestação nas casas estudadas foi muito maior do que as estimativas que consideram que a detecção é perfeita”, relatou.

O projeto foi desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que possui um sistema de vigilância entomológica dentro do bairro Tancredo Neves, o que facilitou a realização da pesquisa já que os moradores tinham conhecimento sobre os trabalhos realizados na área. “O essencial no projeto é a visita regular para quantificar qual é a dificuldade de detecção das espécies procuradas, para depois estimar corretamente se há ou não a ocorrência de tal espécie no local”, afirmou o Professor de Ecologia das Populações do Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPG/Eco) do Inpa, Gonçalo Ferraz.

Ao comparar os resultados apresentados pelo método de Padilla com os Índices de infestação predial, baseados em métodos de amostragem que assumem detecção perfeita, a pesquisa mostrou que a porcentagem de infestação varia, e muito, de um método para outro. “O que nós vimos nessas comparações é que quando os índices tradicionais de infestação predial dizem que existe uma infestação de 10%, com o nosso método estimamos uma infestação entre 80% e 90%”, disse Padilla.

Novos rumos da pesquisa

O trabalho de pesquisa de Padilla, sobre a ocorrência dos mosquitos vetores da dengue em Manaus, mesmo depois da defesa do mestrado, continuará com o monitoramento dos mosquitos nas áreas já estudadas e o teste de algumas formas alternativas de controle dos mosquitos. Estes estudos de longo prazo são coordenados pelos pesquisadores da Fiocruz Fernando Abad-Franch, orientador de Padilla, e Sérgio Luz.

No ano passado houve mais de 35 mil casos de dengue registrados em Manaus, apesar de que Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) estava manejando dados de infestação de casas muito baixa. O trabalho apresenta uma orientação muito prática, o que ajudou a identificar vários aspectos que podem melhorar na vigilância dos vetores da dengue; estes aspectos foram discutidos com um dos responsáveis da FVS para repassar os resultados e oferecer alternativas para o cálculo de infestação que funcionam melhor e, se implementados, podem fortalecer o atual sistema de controle.

Foto da chamada: Samael Padilla (Acervo)

 

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