Alternativas de controle da Dengue desenvolvidas no Inpa são destaques na Rio+20
Pesquisas desenvolvidas no Inpa para controle do mosquito da dengue tem atraído o público visitante da Expo Brasil Sustentável, feira organizada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a Conferência das Nações Unidas, a Rio+20
Por Jéssica Vasconcelos
Rio de Janeiro - RJ
A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti que se reproduz em ambientes com água parada, entre eles os aparadores dos vasos de planta. Com o objetivo de controlar a infestação do mosquito, foi proposto, pelo pesquisador e coordenador do Laboratório de Malária e Dengue do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Wanderli Tadei, um tratamento dos aparadores dos vasos de plantas com uma solução de cravo-da índia.
Tadei explica que foi verificado que esta solução tem ação sobre as larvas que proliferam nas águas dos vasos, acumuladas nos aparadores. “Portanto este procedimento é uma forma de controlar a reprodução do mosquito da dengue nas residências”, afirma Tadei.
Segundo Tadei a grande importância do cravo-da-índia é a elevada quantidade de eugenol que é eficiente e possui propriedades medicinais, tais como: inseticida, fungicida, antiviral, antibacteriana, antitumoral, anestésico e antioxidante.
A solução simples pode ser adotada nas residências como forma de controle das larvas do mosquito da dengue. Basta bater no liquidificador 60 botões de cravo-da-índia com uma xícara e meia de água. A solução deve ser aplicada nos aparadores de plantas e apresenta eficácia por até um ano, quando o frasco é mantido na geladeira.
Controle nas áreas de Construção Civil
Buscando controlar o Aedes aegypti também nas áreas da construção civil os pesquisadores do Inpa em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde propuseram uma solução fácil, uma mistura de cal e cloro, que tem como objetivo controlar a reprodução do mosquito da Dengue.
Nos procedimentos de construção de um prédio, são formados diversos criadouros desde o andar térreo até a cobertura. Tadei explica que como as lajes são fundidas sequencialmente, cada andar é colonizado pelos mosquitos, considerando os criadouros existentes.
Assim, a presença do mosquito em cada pavimento, é um processo que se inicia no térreo e, à medida que os andares ficam prontos, estes são colonizados gradativamente até atingirem a cobertura.
Segundo Tadei a proporção no preparo da mistura é de oito porções de cal para duas porções de cloro de piscina. “Na aplicação desta mistura nas águas acumuladas nas lajes deve-se usar um copo descartável de 180 ml, que é suficiente para cobrir um metro quadrado de água acumulada”, explica.
O uso do produto resultante da mistura, portanto, trata-se de um procedimento alternativo nas ações de controle do mosquito da dengue, para as áreas da construção civil, reduzindo assim o uso do inseticida e diminuindo a possibilidade do mosquito ficar resistente. “Nas construções há uma rotina que necessita ser monitorada para que a reprodução do Aedes aegypti seja interrompida. Para isto sugere-se que os construtores mobilizem, entre seus funcionários, uma Brigada para compor o grupo encarregado do monitoramento dos Mosquitos. A ação da Brigada de Mosquitos deve ser contínua, de tal forma que o produto seja colocado nas áreas alagadas de maneira preventiva”, acrescenta o pesquisador.
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