Transformar o futuro com a educação: Inpa realiza 124ª edição do Circuito da Ciência

Apostar nas crianças como multiplicadoras do conhecimento é o foco do evento

Por Aline Cardoso*

Cerca de 400 crianças e adolescentes compareceram à 124ª edição do Circuito da Ciência, uma iniciativa do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), realizado no sábado, (16), no Jardim Botânico Adolpho Ducke, bairro Cidade de Deus, zona Norte de Manaus.

O evento é uma iniciativa para levar o ensino das ciências a alunos provenientes das redes municipal e estadual de ensino do Estado do Amazonas. Nessa edição, cinco escolas foram contempladas: as escolas estaduais Professor Samuel Benchimol e Belarmino Marreiro, ambas do bairro Cidade Nova, e as escolas municipais Emanuel Rebelo da Cunha, do Puraquequara; Joana Vieira, da estrada AM 010, KM 21 e Ebenezer, do Tarumãzinho.

Entre as oficinas educativas estavam presentes as exposições sobre a Malária e Dengue, Leishmaniose, Insetos Aquáticos, Mamíferos Aquáticos da Amazônia, Tartarugas da Amazônia, Nutrição (Irmanar), Saúde Bucal (UEA-Ufam-Uninorte), Com Postura (Fametro), Grupo de Escoteiros Amazonas, Com Posição Certa (UniNilton Lins), Projeto Sesc Ciências, Reciclagem, Projeto Ciência na Escola (PCE), Clube de Ciências (Ufam) e as atividades promovidas pelo Museu da Amazônia (Musa) como Herbário e Carpoteca, Trilhas e Tenda de exposição.

“Gostei muito de participar do Circuito, pois aprendi coisas que eu nunca vi na escola”, afirmou a aluna Ágatha de Oliveira Bastos, 8, da Escola Municipal Ebenezer. O aluno Igor Souza, 11, da Escola Estadual Belarmino Marreiro, comentou que sua oficina preferida nessa edição do Circuito da Ciência foi a Tartarugas da Amazônia. “Com certeza irei compartilhar com minha família o que vi aqui no Jardim Botânico hoje”, disse.

Na ocasião, as crianças contaram ainda com a apresentação especial dos Garis da Alegria: um grupo de garis que fazem trabalho de conscientização sobre o cuidado que se deve ter com o lixo e a conservação do meio ambiente. O grupo gravou um CD este ano e faz apresentações em diversas escolas e eventos gratuitamente.

A serviço da Ciência

Para o colaborador do Circuito da Ciência, Ney Amazonas, fazer parte do projeto é despertar e incentivar futuros pesquisadores no Estado. “A cada edição plantamos uma semente. A longo prazo, nosso intuito é fazer dessa nova geração uma geração de cidadãos preocupados e engajados com a conservação e uso correto da nossa biodiversidade”, afirmou.

A Escola Municipal Anastácio Assunção, instituição integrante do Programa Ciência na Escola (PCE), parceiro do Inpa, mostrou o projeto “Escola Cidadã, Escola Solidária - adote uma experiência de vida” e levou os trabalhos desenvolvidos pelos alunos bolsistas do PCE sobre sensibilização a cerca da qualidade de vida da pessoa idosa, além da mostra de ações em casas de apoio.

O jovem cientista John Moraia, 14, afirmou com veemência porque se deve cuidar dos idosos: “Os jovens de hoje são os idosos de amanhã e os idosos de hoje já foram como nós um dia, então devemos sim cuidar daquilo que um dia vamos ser’’.

Para Jorge Lobato, idealizador e coordenador do evento, o Inpa reafirma seu compromisso social e oportuniza o conhecimento às crianças de zonas periféricas da cidade. “Temos incluído cada vez mais as escolas do entorno da cidade, em comunidades de difícil acesso como o Ramal do Brasileirinho, Tarumãzinho entre outras que já passaram por aqui. É importante apoiar e estimular essas crianças a um ensino diferenciado e lúdico das ciências”, disse.

Espaço Mamíferos Aquáticos

Os participantes tiveram ainda a oportunidade de conhecer as características e curiosidades sobre do peixe-boi da Amazônia em duas Estação do Conhecimento montadas pela Associação Amigos do Peixe-boi (Ampa). Uma, comandada pela bióloga e presidente da Ampa, Nívia do Carmo, sobre alimentação e sistema digestivo e outra, conduzida pela também bióloga e colaboradora da Ampa e do Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Inpa/MCTI, Louzamira Bivaqua, que explanou sobre o Programa de Reintrodução de peixes-bois da Amazônia.

Na ocasião, os presentes aprenderam vários detalhes sobre a vida do peixe-boi da Amazônia: que ele produz dente a vida inteira, por isso ele nunca fica “banguelo”; descobriram que ele demora uma semana para defecar e que essas fezes servem de adubo para plantas e de comida para microorganismos; entenderam como é o processo de soltura desses animais e como os pesquisadores fazem para monitorá-los depois de soltos.

O Circuito da Ciência existe há 13 anos e conta com o patrocínio da Petrobras, Moto Honda da Amazônia e com o apoio do Governo do Estado do Amazonas (Seduc), Prefeitura de Manaus (Semed, Semsa, Semulsp), Musa, Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), Assinpa, LAPSEA/Inpa, Sesc, Sesi, Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fametro, UniNilton Lins, VEMAQA, Magistral, Instituto Irmanar, Brothers e Projeto Tartarugas da Amazônia.

*Com a colaboração de Séfora Antela/Ampa e Luciano Maia/ PCE