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Evento de Aquacultura do Inpa reúne técnicas inovadoras de biotecnologia para a preservação de peixes amazônicos

  • Publicado: Quarta, 29 de Abril de 2015, 16h08
  • Última atualização em Quarta, 29 de Abril de 2015, 17h07

Durante o seminário foram mostrados resultados de pesquisas nacionais e internacionais na área de Aquacultura

Texto e foto: Caroline Rocha/Ascom Inpa

 O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI), reuniu nesta terça-feira (28), no I Workshop Internacional de Aquacultura na Amazônia pesquisadores especializados em piscicultura com intuito de debater temas relacionados à reprodução e produção de peixes neotropicais, dentre outros assuntos.

O coordenador do Workshop, o diretor do Inpa, Luiz Renato de França, conta que as metas e objetivos do Workshop foram alcançados logo no planejamento do evento. “A minha intenção era a integração entre os pesquisadores da região com os pesquisadores estrangeiros da Holanda e Noruega, e então aproveitei para criar este evento onde todas as instituições pudessem colaborar”, explicou França.

Durante a palestra, o também pesquisador discorreu sobre o Transplante de células germinativas em peixes, e também ressaltou sobre as grandes possibilidades e potencialidades dessa nova biotecnologia, que continua avançando.

“Com os transplantes dessas células, temos a possibilidade de preservar espécies que estão em perigo de extinção, de usar outra espécie de peixes para produzir gametas de peixes que não se reproduzem em cativeiro. E acelerar a maturidade sexual das espécies, pois há espécies que levam sete anos para atingir a maturidade sexual, e transplantando as células germinativas, demora em torno de dois meses para o peixe produzir espermatozoide”, explicou França.

Trazendo a biotecnologia de transplantes de células germinativas para a Amazônia, França revela que os estudos feitos em pirarucu, ainda estão em fase inicial. “Começamos a transplantar células germinativas da larva de pirarucu na larva de tilapia, e agora nós estamos observando o desenvolvimento dessas células. Um estudo de desenvolvimento da espermatogênese (processo de formação de espermatozoides) é difícil de aplicar no pirarucu. Para a produção na aquacultura da Amazônia ainda não seria um modelo, pois ainda estamos estudando os fatores ambientais da região”.

Produção de alevinos movimenta economia do Amazonas

O pesquisador do Inpa, Alexandre Honczaryk, discorreu em sua palestra de Produção de Alevinos na Amazônia, a história da piscicultura no Inpa nos estudos e produção de alevinos (peixes recém saído do ovo) do tambaqui e matrinxã, e explicou a dificuldade de encontrar os alevinos na natureza, ressaltando a importância da criação de alevinos para o mercado e para a preservação e conservação da espécie.

”No tempo em que começamos as pesquisas, o matrinxã e o tambaqui eram as principais espécies de pesca e consumo na região, e não tinham produção de alevinos em cativeiro, então os alevinos eram coletados na natureza, para então realizar testes com fazendeiros nos arredores de Manaus. Com o avanço da produção e melhores estruturas, passamos a desenvolver técnicas para a reprodução e produção de alevinos do pirarucu”, revelou o pesquisador.

Honczaryk também informou que hoje, a produção dos alevinos movimenta a economia do estado, e essencial, principalmente em épocas de cheias do rio. “Em determinas épocas não há peixes suficientes para atender a demanda do mercado, pois nas cheias dos rios os peixes se refugiam nos igapós, possibilitando que os peixes da piscicultura abasteçam o mercado”, finalizou o pesquisador do Inpa.

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Criação de matrinxã em cursos d´água

O pesquisador do Inpa, Jorge Daniel Indrusiak o qual exerce uma função social notável na qualidade de vida de pequenas famílias rurais, falou sobre a importância da criação de matrinxã em curso d´água para famílias que disponibilizam de poucos recursos financeiros no interior do Amazonas.

“As pessoas do interior ou que moram em assentamentos e áreas rurais, não tem acessos a peixes, porém possuem igarapés que são capazes de cria-los, então o Inpa começou a desenvolver tecnologias para que eles pudessem ter peixe pelo menos para comer. É vital para a sustentabilidade dessas pessoas criar seus próprios peixes”, disse Indrusiak.

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Instituições parceiras

Participaram também do Workshop a Secretaria de Estado de Reprodução Rural (Sepror), representando o Governo do Estado do Amazonas, a Universidade Nilton Lins, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e ainda a Universidade de Utrecht da Holanda e o Instituto de Pesquisa Marinha da Noruega.

Durante o workshop ainda foram abordados assuntos como: políticas públicas para o desenvolvimento da aquicultura no Amazonas; as infraestruturas e as pesquisas de aquicultura e pesca da Noruega; o estado atual e desafios no setor de pesca da Embrapa em Tocantins; pesquisas para base de desenvolvimento da indústria de peixes da Amazônia; reprodução e conservação de espécies na criobiologia; metais pesados como desregularizadores endócrinos em peixes neotropicais; efeito da temperatura e alimentação na maturação sexual de salmão e bacalhau, restrições reprodutivas na aquicultura de salmão utilizando genômicas e perspectivas futuras para a área de aquicultura.

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