Iniciando as exposições de artes do Paiol da Cultura do Bosque da Ciência, localizado no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o artista plástico João Bosco apresentará suas obras de artes até 13 de maio, dando uma oportunidade para que todos conheçam mais sobre as artes plásticas e também sobre a cultura da nossa região.

Sabemos que Manaus é cortada por vários igarapés e, nas suas margens, ainda é possível encontrar palafitas, tanto na periferia da cidade quanto no interior do Estado. É exatamente isso que o artista plástico João Bosco, traduz em seus belos quadros, agora expostos no paiol da cultura.

“Hoje em dia, muitas crianças e jovens da nossa cidade não sabem o que é uma palafita, e se quer viram uma. Daí a importância de retratar em obras de arte, toda nossa cultura, a cultura do caboclo amazonense, pois se as palafitas desaparecerem do cenário urbano, ela estará eternizada em quadros”, comenta.

O artista ressalta que é a primeira vez que apresenta uma exposição temática, pois geralmente suas exposições são bem ecléticas, indo do impressionismo ao barroco. “O turista quando vem pra Manaus, espera conhecer mais da nossa região, por isso escolhi esse tema bem regional para expor aqui no Inpa. Não só para os turistas, mas também para os manauaras, pois é importante os próprios moradores conhecerem mais sobre a cultura ribeirinha”, expõe Bosco.  

Popularização das Artes Plásticas

Os moradores mais antigos com certeza sabem bem como é uma palafita. A “arquitetura do ribeirinho”, como é conhecida, se caracteriza por ser construída em torno de rios e igarapés e sempre vemos retratados em livros, documentários e também em obras de artes.

“É fundamental para essa nova geração conhecer nossa historia, a cultura do ribeirinho. Acho que as escolas, tanto públicas, como particulares, tem que levar mais os estudantes para conhecerem e incentivarem, desde cedo, o gosto pela cultura popular, conhecerem o lugar onde vivem, os costumes, as origens e tudo mais”, afirma o artista.

Sobre o artista

João Bosco começou sua carreira como artista plástico aos 15 anos. Além da pintura, o autodidata tem paixão também pelas artes cênicas, levando humor aos teatros locais. Bosco sempre procurou destacar em seus quadros, a exuberância da fauna e da flora amazônica e já o fez em mais de 500 telas, espalhadas pelos quatro cantos do mundo. Apesar de já contabilizar 200 exposições de artes em Manaus e em outros países como Estados Unidos, Canadá, Itália e França, seu maior acervo encontra-se em Belo Horizonte (MG).

Arte em madeira no Paiol

Durante todas as exposições do ano de 2012, o artista, também autodidata, Adevaldo Soares, irá expor seus artesanatos feitos a partir de resíduos provenientes da natureza. Apresentando peças únicas, para que o visitante que for ao Paiol da Cultura, sinta-se privilegiado com sua aquisição.

“Faço parte de uma família de produtores. Todos lá em casa fazemos artesanato com madeiras e sementes. Tudo o que a natureza desperdiça em forma de resíduo, pode ser aproveitado de alguma forma. Por exemplo, uma semente seca pode virar um lindo brinco e, o que é melhor, como a peça é única, a pessoa se sente privilegiada em adquirir”, conclui Soares.