Por Eduardo Phillipe e Delber Bitencourt

A Divisão de Comunicação Social do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônica (Inpa/MCTI) iniciou 2012 com a realização de mais um Encontro ConsCiência. Em sua sexta edição, o encontro, que visa promover a difusão do jornalismo científico entre profissionais de comunicação e também estudantes de jornalismo, busca consolidar o interesse popular sobre a área científica.

O evento, que aconteceu em Balbina, a 187km de Manaus, foi realizado em parceria com o Centro de Preservação e Pesquisas de Mamíferos Aquáticos (CPPMA) e a Associação Amigos do Peixe-Boi (AMPA), organização não governamental (ONG) conveniada com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Inpa.

O lugar abriga um centro de reabilitação de peixes-bois, e é responsável por devolver esses animais ao seu verdadeiro habitat. Lá são tratados e recebem os cuidados necessários para a readaptação, como alimentação adequada e parecida com a que os animais irão encontrar quando saírem do centro.

Durante a manhã, todos os participantes puderam ver na prática o trabalho dos pesquisadores e visitaram os tanques de reabilitação dos peixes-bois e outras espécies de mamíferos aquáticos, como as ariranhas, lontras e também répteis, como os quelônios, além de conheceram alguns dos vários programas de conscientização socioambientais desenvolvidos pelo CPPMA e pela Ampa.

Palestras e debates

Já à tarde, no auditório da Usina Hidrelétrica de Balbina (UHE Balbina) foram realizadas palestras ministradas pelo biólogo do CPPMA, André Machado, que deu início a programação explicando sobre os trabalhos desenvolvidos noCentro; seguido pelo pesquisador Diogo Souza, que explicou sobre a missão e as ações daAmpa, de realizar atividades de pesquisa científica e de educação ambiental, promovendo programas de proteção destas espécies.

Souza expôs a problemática da comunicação entre o jornalista e o pesquisador à partir de suas próprias experiências e sugeriu abordagens diferenciadas de como o peixe-boi e outros mamíferos aquáticos podem vir a se tornar referências de pautas para os meios de comunicação amazonenses.

Após Souza, a assessora da Ampa, Séfora Antela, contou aos participantes como implementou um plano de comunicação com o intuito de tentar deixar o mais flexível possível a relação entre jornalista e pesquisador buscando evitar problemas de comunicação, principalmente com relação aos termos e jargões científicos, na tentativa de popularizar a ciência.

O jornalista convidado desta edição do encontro, Wallace Abreu, buscou expor, para os colegas de trabalho, estudantes e pesquisadores sua experiência com o jornalismo científico. Ressaltou também que notícias que envolvem a ciência, tecnologia ou inovação precisam de um tempo maior para elaboração. “Para que seja feito um estudo detalhado da pauta e que não haja conflito nas informações que o jornalista busca levar para o público”, destacou.

Após as breves palestras, pesquisadores, estudantes e jornalistas participaram de um debate sobre todo o material exposto. E, segundo a estudante de jornalismo, Hiolanda Mendes, o encontro foi proveitoso. “Reunidos, visitamos uma bela reserva e conhecendo um pouco mais como esta funcionando o centro de preservação de pesquisa aos mamíferos aquáticos em Balbina, tivemos contato direto com os pesquisadores e como é feito o processo de resgate do peixe-boi. E no debate tivemos a oportunidade de trocarmos mais ideias”, afirmou.