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Inpa mostra-se preocupado em transformar entorno da Reserva Ducke em Zona de Transição

  • Publicado: Terça, 03 de Dezembro de 2013, 20h00
  • Última atualização em Segunda, 27 de Abril de 2015, 11h15

 

Em documento intitulado “Consequências da fragmentação florestal na Amazônia: caso da Reserva Ducke”, Instituto diz que é preciso, ao máximo, evitar o isolamento das margens da reserva

Da Redação da Ascom*

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) mostra-se preocupado com a proposta contida no Plano Diretor de Manaus em transformar a área do entorno da Reserva Florestal Adolpho Ducke em área de transição.Em documento  apresentado no Workshop Reserva Ducke e o Plano Diretor de Manaus, nesta quarta-feira (4), o instituto aponta que se “deve ao máximo evitar o isolamento das margens” (área do Puraquequara e zona rural além da reserva), como aconteceu com os lados circundados pelos bairros Cidade Nova e Santa Etelvina, ao Norte de Manaus.

Pesquisadores, estudantes, comunitários e vereadores participaram do debate. “O jogo não está totalmente perdido, pois mesmo visíveis ou perceptíveis, os dois lados mais distantes desse quadrado (no mapa se vê a reserva com um grande quadrado de 10 km por 10 km de lado) fazem parte da zona rural, ainda florestal, do município”, disse o pesquisador do Inpa, o Ecólogo José Luís Camargo, coordenador científico do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), em documento que também representa o posicionamento do Instituto.  

De acordo com Camargo, o crescimento desordenado da malha urbana da cidade de Manaus, em poucas décadas desmembrou, fragmentou e extirpou florestas que estavam pelo caminho. Poucos fragmentos urbanos resistiram, mas de forma isolada, como os do Inpa, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Sesi e do Aeroporto ou BIS. Apesar disso, os fragmentos florestais são encarados como bons prestadores de serviços ambientais a uma regiã e para a sua população associada.

O PDBFF se dedica a estudar e monitorar os efeitos da fragmentação florestal nos remanescentes florestais na Amazônia nos últimos 35 anos. De acordo com o documento, nas pesquisas foi descoberto que após o desmatamento e a consequente fragmentação florestal, as bordas florestais criadas expõem a floresta remanescente a mudanças bruscas na estrutura e composição. Isso torna a floresta mais vulnerável aos fortes ventos associados a tempestades, e como conseqüência à queda de árvores, a criação com maior frequência de clareiras e ao surgimento de bosques secundários compostos de espécies pioneiras – plantas com capacidade de colonizar áreas após perturbações com crescimento acelerado. “A fragmentação, portanto, ao longo do tempo leva o fragmento a um colapso de biomassa”, aponta.

Além de muitas espécies de árvores ficarem mais vulneráveis em fragmentos florestais, a fauna diretamente associada a essas árvores pode diminuir suas populações ou mesmo correr perigo de extinção local. “Praticamente metade das espécies de pássaros dos fragmentos florestais estudados ao Norte de Manaus desapareceu localmente em pouco tempo após a fragmentação ter ocorrido. Espécies de macacos, onças ou outros mamíferos que dependem de uma área contínua grande para sobreviver tendem a desaparecer também”, diz o documento.  

*Com informações de José Luís Camargo

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