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No Inpa, “Atlas do Pólen de Plantas Medicinais” é apresentado em Congresso de Biotecnologia

  • Última atualização em Segunda, 17 de Outubro de 2016, 14h28
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Em fase de editoração, o Atlas do Pólen de Plantas Medicinais oferecerá um aporte para a medicina tradicional com base na utilização de medicamentos de origem vegetal, estudo da polinização e melhoramento genético. O Atlas contém a exposição do pólen de 40 plantas medicinais com microfotografias de alta qualidade

Da Redação da Ascom Inpa

A identificação exata das espécies vegetais face à diversidade florística em países tropicais é de suma importância para auxiliar protocolos corretos na fabricação de produtos oriundos da matéria vegetal. A informação é da pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) Ires Paula de Andrade Miranda, que apresentará o “Atlas do Pólen de Plantas Medicinais”, na manhã desta quarta-feira (19), durante o Congresso de Biotecnologia Sustentável na Biodiversidade Amazônica, que acontece no Instituto.    

Em fase de editoração, o Atlas do Pólen de Plantas Medicinais oferecerá um aporte para a medicina tradicional com base na utilização de medicamentos de origem vegetal, estudo da polinização e melhoramento genético.

Para a pesquisadora Ires Miranda, um dos gargalos da Inovação Tecnológica com insumos vegetais é a dificuldade de identificação da variabilidade genética e consequentemente a multiplicidade de princípios ativos nos indivíduos de espécies e gêneros nativos e cultivados. “Além disso, a comprovação de testes clínicos dificulta a aceitação desses produtos pelas grandes empresas no mercado nacional e internacional”, enfatiza.

 

O Atlas, além de identificar as plantas medicinais por meio do grão de pólen (responsável pela fecundação das plantas) cria uma forma de estreitar a relação da academia com o setor produtivo de produtos naturais. De acordo com a pesquisadora, que é doutora em Ciências Biológicas, o Atlas, em fase de editoração, também contemplará os anseios dos estudantes, profissionais que tenham interesse na área de plantas medicinais.

O Atlas do Pólen de Plantas Medicinais é uma publicação inédita por abranger o conhecimento científico das espécies medicinais associado à identificação polínica”, ressalta a pesquisadora. O atlas contém a descrição taxonômica das espécies estudadas e a descrição morfológica polínica com fotografias realizadas em microscopia fotônica e eletrônica de varredura de alta qualidade, o que contribui para que o leitor possa apreciar e utilizar os conhecimentos da obra.

Miranda explica que a partir de um projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para reunir informações em um banco de dados digital do pólen e flores de plantas medicinais, coletadas na Amazônia, englobando a classificação botânica, o georreferenciamento, a descrição do pólen e outros dados adicionais, o grupo de pesquisa liderado por Miranda, decidiu produzir um Atlas para oferecer esse conhecimento aos estudiosos de plantas medicinais, palinólogos (estudiosos do pólen) e também à sociedade em geral, o compartilhamento desses resultados.  

O Atlas contou com a colaboração de palinólogos renomados do Inpa, como as pesquisadores Ires Paula Miranda e Maria Lúcia Absy, e do Museu Paraense Emilio Goeldi (Pará), as pesquisadoras Léa Maria Medeiros Carreira e Flávia Cristina Araújo Barata. Também são autores da obra os pesquisadores Edelcilio Marques Barbosa, Zilvanda Lourenço de Oliveira Melo, e os técnicos Filomena Ferreira Santiago, José Benayon Bessa de Moura, Luiz de Souza Coelho e Ana Ermelinda Correa Velloso (bolsista de Iniciação Científica).

 

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Para Miranda, em se tratando de plantas medicinais é necessário que a indústria tenha uma relação estreita com a academia, porque a Amazônia abriga uma variabilidade de plantas medicinais, mesmo que muitas delas sejam exóticas (introduzidas de outros países na Amazônia e no Brasil), as quais fornecem uma gama de matéria-prima para a indústria de fitofármacos.

De acordo com a pesquisadora, a Índia utiliza, há mais de 5 mil anos, plantas medicinais, possuindo cerca de 8 mil medicamentos à base de ervas. Na China, o uso do ginseng e diversas outras plantas é milenar. Nos países em desenvolvimento, os produtos naturais são utilizados de 75% a 90% pela população de baixa renda”, ressalta.  

A pesquisa botânica aliada à medicina tradicional poderá contribuir para a criação de numerosos medicamentos, sendo inúmeros os de origem vegetal os quais são utilizados tanto pela medicina alopática (convencional) e homeopática (medicina alternativa)”, diz a pesquisadora.

Ela destaca que é necessária a identificação taxonômica correta dessas plantas para auxiliar a indústria química na sintetização dos seus princípios ativos. “O Atlas vem para somar e fazer com que a cultura entre o setor produtivo e a academia fique mais estreitada, principalmente, em relação aos estudos biotecnológicos”, diz.

As áreas de estudo e coleta das espécies nativas foram realizadas nas reservas e estações experimentais do Inpa. Já as espécies introduzidas foram feitas coletas nas residências e sítios ao longo das rodovias AM-010 (Manaus-Itacoatiara) e na BR-174 (Manaus-Boa Vista). O estudo do pólen foi desenvolvido no Laboratório de Palinologia e Fisiologia Vegetal do Inpa e no Laboratório de Geologia e Microscopia Eletrônica de Varredura do Museu Paraense Emílio Goeldi.      

               

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