As áreas inundáveis por rios de águas claras ou negras, pobres em nutrientes (como as do Rio Negro), são chamadas de Igapós. No período das cheias, essas águas entram em áreas de mata (fotos 1 e 2), onde centenas de espécies vegetais conseguem suportar longos períodos de inundação. A penetração da água nessas matas permite a entrada dos peixes e outros animais aquáticos, que se alimentam das flores, sementes e frutos de algumas espécies vegetais (fotos 3 e 4), insetos e outros alimentos. É nessa época que os rios aumentam suas larguras, às vezes chegando a 50 km, e grandes áreas de matas são então exploradas pela fauna aquática regional. Muitas espécies vegetais aproveitam para frutificarem, aumentando as chances de suas sementes se dispersarem pela água, peixes e outros animais, permitindo-as ocuparem novos espaços da floresta ou áreas descobertas. O aumento da área explorada resulta em maior fartura de alimentos, tornando mais propício a procriação dos peixes e demais animais aquáticos.
As espécies de plantas das partes mais baixas dos igapós e que são mais influenciadas pelas inundações, apresentam sementes menores, com um peso médio de aproximadamente 1,2 gramas. Esse pequeno tamanho facilita suas dispersões na água e pelos animais aquáticos e terrestres. As que crescem nas partes mais elevadas e menos sujeitas às inundações, apresentam sementes maiores, com um peso médio de 7,0 gramas. Acredita-se que essas sementes são maiores porque precisam de maiores reservas nutritivas para originarem mudas de plantas menos dependentes da pouca fertilidade dos solos das áreas pouco influenciadas pelas enchentes.
CONHECER OS DIVERSOS COMPONENTES DOS ECOSSISTEMAS AMAZÔNICOS É DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA PARA APROVEITÁ-LOS DE FORMA RACIONAL E SUSTENTÁVEL. (Luiz Antonio de Oliveira, 19/07/2003).
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