As palafitas - casas suspensas por troncos ou caibros de madeiras - são muito comuns nas cidades da Amazônia. São construídas às margens de igarapés (córregos) ou de rios. Na época das cheias, chegam, às vezes, a ficarem parcialmente inundadas. Seus moradores, então, colocam tábuas acima do piso, pois é a forma mais barata que encontram para continuar morando em suas casas sem "caminharem"na própria água.
Essas casas formam um extrato mais baixo de construções urbanas (vide na primeira foto, as casas ao longe) na beira dos rios e servem de moradia para famílias de baixa renda, que não conseguem comprar lotes de terrenos em áreas mais elevadas.
Muitas vezes, a subida das águas acaba trazendo agentes transmissores de doenças, cobras, expondo esse segmento da sociedade com mais facilidade. Suas necessidades fisiológicas, na maioria das vezes, acabam sendo jogadas diretamente nas águas, tornando-as transmissoras de coliformes fecais, etc.
A segunda foto mostra, com mais detalhes, as casas construídas sobre paus e a terceira, o contraste dessas moradias com um barco só adquirido por pessoas de bom poder aquisitivo, capazes de terem esse tipo de embarcação para os seus passeios de fins de semana pelos rios da região. É o Brasil dos contrastes em uma única foto.
AS PALAFITAS É UM DOS RESULTADOS DA EXCLUSÃO SOCIAL E ECONÔMICA DA MAIORIA DA POPULAÇÃO AMAZÔNICA. EM REGIÕES COMO ESSA, DE VAZIOS DEMOGRÁFICOS, AS TERRAS DEVERIAM ESTAR AO ALCANCE DO PODER AQUISITIVO DE QUALQUER BRASILEIRO. INFELIZMENTE, NÃO É ISSO QUE ACONTECE. (Luiz Antonio de Oliveira, 05/07/2003).
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Luiz Antonio de Oliveira – Ph.D.
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