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AMAZÔNIA 45 - JACARÉ

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O jacaré é descendente dos primeiros répteis que habitavam o mundo há 230 milhões de anos. No Brasil existem cinco espécies e duas subespécies: Caiman crocodilus crocodilus, Caiman crocodilus yacaré, Caiman latirostris, Melanosuchus niger, Paleosuchis trigonatus e Paleosuchus palpebrosos.

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O jacaré é carnívoro e um componente muito importante para a manutenção do equilíbrio nos ecossistemas. Na Amazônia, seus filhotes ajudam a controlar a população de insetos e moluscos. Quando adulto, devora qualquer peixe ou animal que estiver ao seu alcance, sendo um dos principais predadores das piranhas. Devido ao metabolismo lento, alimenta-se relativamente pouco. Se pesa 50 quilos, come cerca de 500 gramas por dia, índice considerado baixo para um animal carnívoro. Sua boca possui uma válvula que se fecha, impedindo-o de engolir água quando se alimenta submerso. Isso permite a ele ingerir seu alimento (pequenos organismos, caranguejos, peixes e moluscos) sem engolir muita água. O sistema digestivo possibilita o aproveitamento quase total das proteínas ingeridas (alto índice de biodigestibilidade), fazendo com que suas fezes consistam de pequenos resíduos que se esfarinham facilmente. Ele se alimenta inclusive de animais e peixes mortos, desempenhando assim, um papel muito importante na "limpeza" do meio ambiente (ele faz o papel de urubu das águas). Consegue viver em ambientes contaminados como em rios e igarapés de regiões urbanas, cujas águas apresentam altos índices de contaminação com fezes, metais pesados, etc. Eles são facilmente encontrados nos igarapés sujos da cidade de Manaus, sem aparente sensibilidade à baixa qualidade do meio em que vivem.

Apesar do medo que causam ao ser humano, no seu meio natural não chegam a ser um perigo real para nós, pois sua população é controlada pela própria natureza (predadores e controladores naturais) e eles têm medo do homem. Não são, portanto, perigosos como os crocodilos da Austrália e da Flórida (EUA), onde a legislação os protege e suas populações excedem o normal. Nesses lugares, como a legislação proíbe sua caça, os crocodilos cresceram sem ter medo do homem e por isso, eles não nos vêem como um perigo a ser evitado, tornando-se agressivos e atacando freqüentemente animais domésticos e seres humanos. Na Amazônia, são raros os casos de ataques de jacarés aos seres humanos.

OS JACARÉS SÃO MUITO IMPORTANTES PARA A MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO DOS ECOSSISTEMAS. NÃO DEVEM SER, PORTANTO, DIZIMADOS. PODEM SER CRIADOS EM CATIVEIRO PARA A EXPLORAÇÃO COMERCIAL, GERANDO PRODUTOS E RIQUEZAS SEM O PERIGO DE SEREM EXTINTOS. (Luiz Antonio de Oliveira, 29/06/2003).

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Luiz Antonio de Oliveira – Ph.D.
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Coordenação de Pesquisas em Ciências Agronômicas – CPCA
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