A substituição da floresta amazônica pela pastagem representou o modelo de desenvolvimento regional, principalmente das décadas de 70 e 80. Era um investimento que dava a garantia da posse da terra, mas nunca a de um retorno financeiro. Grandes áreas, principalmente no sul do Pará, foram derrubadas com essa finalidade, apoiada pela legislação vigente. Como a maioria dos solos regionais é pobre em nutrientes, principalmente de Cálcio (constituinte dos ossos), a produtividade, com o tempo, caia para cerca de uma cabeça de gado para cada 4-5 hectares em menos de cinco anos de exploração. Plantas invasoras (algumas tóxicas ao gado), como as observadas na foto, surgiam e afetavam irreversivelmente as pastagens, que eram então abandonadas para o desenvolvimento de uma floresta secundária (capoeira). Novas áreas de florestas foram então derrubadas e queimadas para a instalação de novas pastagens. Felizmente, a legislação atual cria obstáculos para os grandes projetos agropecuários na Amazônia.
A implantação de pastagens na Amazônia só deve ocorrer em áreas apropriadas, onde existam pastagens naturais (como na Ilha de Marajó, algumas áreas de várzeas, campos de Roraima, etc) e nunca em áreas de solos pobres cobertos com florestas. Perde-se a rica biodiversidade sem que haja um retorno adequado de carne e leite, além da repercussão internacional negativa, causada pelos desmatamentos na região (Luiz Antonio de Oliveira, 05/05/2002).
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Luiz Antonio de Oliveira – Ph.D.
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