As áreas alagáveis da Amazônia são muito influenciadas pelo ciclo cheia-vazante de seus rios. Em alguns locais a diferença entre os níveis mínimos e máximos da água chegam a ser de 12 metros. A foto mostra uma marca de água no tronco da árvore a aproximadamente 1,5 metros acima do nível da água. A diferença chega a ser superior a três metros nesse local, uma vez que a foto foi tirada numa época de subida das águas. Esse movimento de subida-descida das águas é muito importante para a SAÚDE dos ecossistemas alagáveis. O ciclo de vida das plantas, insetos e animais dessas áreas está totalmente adaptado a essa variação sazonal dos níveis de água. As inundações permitem aos peixes e outros animais aquáticos explorarem novas áreas ricas em alimentos, favorecendo sua procriação e multiplicação. As águas das várzeas, ricas em sedimentos e nutrientes, enriquecem o solo, o qual poderá ser melhor explorado pelas plantas quando as águas descem. Nas cheias, os animais e insetos aquáticos intensificam suas atividades, enquanto que os terrestres criam mecanismos de adaptação ou então “hibernam” no solo. As plantas aquáticas crescem acompanhando o nível das águas, enquanto as de terra firme entram num processo de diminuição ou parada de metabolismo (hibernação). Alguns tipos de formigas e insetos migram para as copas das árvores, enquanto outros ficam no solo, onde criam um ambiente que os protegem contra a água e apresentam uma diminuição de suas atividades.
ENTENDER COMO FUNCIONAM OS ECOSSISTEMAS ALAGÁVEIS DA AMAZÔNIA É MUITO IMPORTANTE PARA AJUDAR NA SUA PRESERVAÇÃO. OS ESTOQUES PESQUEIROS E OUTRAS RIQUEZAS NATURAIS DEPENDEM DISSO (Luiz Antonio de Oliveira – 05/04/2002).
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Luiz Antonio de Oliveira – Ph.D.
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