Noda, H.; von der Pahlen, A. & Silva Filho, D.F. 1986. Avaliação da resistência de progênies de tomate à murcha bacteriana em solo naturalmente infestado por Pseudomonas solanacearum (Smith) Dows. Revista Brasileira de Genética, 9(1):55-66.
Resumo: A "murcha bacteriana", doença causada por Pseudomonas solanacearum, é um fator limitante à produção de tomate na região amazônica. Avaliar os níveis de resistência ao patógeno e a capacidade produtiva de 10 progênies de tomate, quando cultivadas sob condições de solo naturalmente infestado por Pseudomonas solanacearum, foi o objetivo do presente trabalho. O ensaio foi realizado na Estação Experimental de Hortaliças do INPA (AM-10, Km 14), em Manaus, em área sabidamente infestada pelo patógeno. A análise dos dados de reação da resistência, avaliada através do parâmetro epidemiológico Taxa de Infecção (QR), descrita por Plank (1963), para doença sem multiplicação e pelo Índice de Doença (I.D.), baseado no número de plantas com a doença na parcela, mostrou que, 8 e 6 progênies, respectivamente, apresentaram reação de resistência superior à cultivar Santa Cruz São Sebastião, utilizada como testemunha quando os critérios de avaliação foram QR ou I.D., na 12ª semana após o transplante. Dados de produção, expressos em peso, número e peso médio do fruto, evidenciaram que dependendo do caráter analisado, pelo menos 5 progênies mostraram-se superiores à testemunha. Foram obtidas as estimativas de coeficientes de correlação entre todos os pares de caracteres que evidenciaram existir associações estatisticamente significativas entre todos os caracteres de resistência e de produção, com exceção ao par I.D., na 4ª semana após o transplante e o peso médio do fruto. Nas condições em que foi realizado o ensaio, a murcha bacteriana apresentou característica epidemiológica bem definida, na qual níveis elevados de resistência conferidos por um genótipo foram devidos aos baixos níveis de velocidade do progresso da doença na população de hospedeiro.