Cultivo da Pupunha
Características Gerais
A pupunheira (Bactris gasipaes) é uma palmeira elegante, domesticada pelos Ameríndios da Amazônia, com frutos de sabor agradável e de alto valor nutritivo. Se desenvolve bem na região, mesmo em solos de baixa fertilidade e responde muito bem à adubação orgânica e química. É uma palmeira multicaule, que chega a atingir 20 metros de altura. Seu tronco é dividido por anéis com espinhos (os entrenós) e anéis sem espinhos (os nós), que são cicatrizes deixadas pela queda das folhas. Os espinhos, geralmente largos e pretos, aparecem tanto no tronco como nas folhas.
Todas as partes da planta são aproveitadas: da raiz se produz um vermicida; o estipite (tronco) pode ser usado como madeira para construção de casas, mobílias, artesenatos; as flores masculinas, depois de caírem, podem ser usadas como tempero; as folhas são ótimas para a confecção de cestos, coberturas para habitações e outros artigos; os caules secundários podem ser usados na alimentação, como palmito.
Usos e Perspectivas
O Fruto
Os frutos da pupunha são produzidos em cachos com peso médio de 3 quilos. O tamanho do fruto varia de 2 a 5 cm e cada cacho apresenta entre 50 e 100 frutos. A cor da casca do fruto pode ser amarelo, laranja ou vermelho e a da polpa varia do amarelo pálido ao laranja escuro.
O fruto apresenta uma consistência amilácea e deve ser cozido antes de ser consumido por apresentar uma enzima que inibe a digestão de proteínas e um ácido (provavelmente oxálico) que irrita a mucosa da boca. O cozimento do fruto deixa a polpa mais saborosa e fácil de ingerir. Pupunhas com a polpa mais alaranjada possuem maior teor de vitamina A. O fruto da pupunha é consumido tradicionalmente cozido, descascado e acompanhado de um cafezinho. No entanto, do fruto pode se obter uma excelente farinha para fazer receitas caseiras, agregando um exótico e delicioso sabor a cozinha regional.
Composição do mesocarpo (polpa) dos frutos de pupunha da região de Manaus.
Tipo |
Umidade |
Proteína |
Óleo |
Amido |
Fibra |
Cinzas |
Caroteno |
% |
% de peso seco |
mg/100
de peso fresco |
Média |
55,7 |
6,9 |
23,0 |
59,5 |
9,3 |
0,9 |
- |
Mínimo |
25,2 |
3,1 |
2,2 |
14,5 |
5,2 |
0,5 |
- |
Máximo |
82,2 |
14,7 |
61,7 |
84,8 |
13,8 |
1,8 |
70,0 |
O Palmito
Para a agroindústria de palmito, a pupunheira desponta como uma excelente alternativa, dada a sua boa adaptação a solos pobres, excelente resposta ao manejo, precocidade, perfilhamento e excelente qualidade do palmito.
Mesmo nos solos pobres, comuns na Amazônia, é possível cortá-la para extração do seu palmito por volta de dois anos. Quando as pupunheiras são adubadas, este período pode ser reduzido para um ano. Cada palmito pesa de 100 a 250 gramas e o sabor é mais adocicado que o de outras palmeiras podendo ser comercializado ao natural nas feiras, pois não escurece após o corte.